Fenômeno raro na pesca japonesa surpreende pescadores e revela impactos ambientais em vilas costeiras.
Na charmosa vila de Ine, conhecida por suas tradicionais casas de barcos, pescadores enfrentam um fenômeno raro que está transformando a rotina da pesca no Japão. Em junho, mais de 60 exemplares de atum rabilho do Pacífico, apelidados de diamantes negros, foram capturados em um único dia, cada um pesando cerca de 120 kg.
Captura recorde de atum surpreende pescadores
Segundo Kurata Mikio, presidente da Ineura Fisheries, essa foi a primeira vez que viram uma ocorrência tão intensa. O número de peixes com mais de 30 kg aumentou significativamente em relação ao ano anterior, pressionando a cota anual de 42 toneladas estabelecida pela província de Kyoto. Em apenas seis meses, 32 toneladas já haviam sido desembarcadas.
Quando as redes se enchem com até 400 atuns, as equipes são obrigadas a liberar parte da captura para evitar exceder os limites. Esse excesso, embora positivo para o comércio, levanta preocupações sobre sustentabilidade e equilíbrio ecológico.
Atuns causam danos à pesca de lulas
No porto de Sakata, província de Yamagata, pescadores de lulas enfrentaram prejuízos em junho. Os atuns atacaram os equipamentos na costa de Ishikawa, forçando as tripulações a abandonar o Mar do Japão e migrar para Hachinohe, na província de Aomori. Lá, a abundância de lulas permitiu operações contínuas, dia e noite.
Bonito desaparece de Kesennuma e reaparece em Katsuura
O outono trouxe outro desafio: o colapso das capturas de bonito em Kesennuma, província de Miyagi, líder nesse tipo de pesca por 28 anos. A maioria dos peixes era pequena e fora de época. Em contraste, Katsuura, na província de Chiba, registrou 14,5 toneladas de bonitos grandes em um único dia, contrariando padrões migratórios históricos.
Essa inversão revela uma dinâmica instável nas pescarias japonesas, influenciada por fatores ambientais e climáticos. A pergunta que permanece é se essas mudanças trarão fartura ou escassez às mesas japonesas.
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