O governo modificou na quinta-feira a promessa do primeiro-ministro Fumio Kishida de dobrar o orçamento para creches do governo japonês dos atuais 2% do produto interno bruto do país para conter a queda na taxa de natalidade.
A revisão ocorreu um dia depois que Kishida disse durante uma sessão parlamentar que os gastos do Japão para apoiar crianças e famílias atingiram 2% do PIB no ano fiscal que termina em março de 2021 e que o governo pretende “dobrar o valor”.
Os comentários levantaram temores entre o público de que o governo possa realizar aumentos de impostos em larga escala antes de uma série de eleições locais em todo o Japão em abril.
A saúde fiscal do Japão é a pior entre as principais nações desenvolvidas, com dívidas mais do que o dobro do tamanho de sua economia, a terceira maior do mundo.
O secretário-chefe do gabinete, Hirokazu Matsuno, disse em entrevista coletiva na quinta-feira que, ao falar sobre o aumento dos gastos como porcentagem do PIB, o governo não estava estabelecendo nenhum “critério” específico para atingir sua meta no orçamento de creche no futuro.
Kishida citou o número como um exemplo de como o governo estava procurando aumentar o orçamento, disse Matsuno.
O orçamento do Japão para cuidados infantis e apoio familiar ficou em cerca de 10 trilhões de ienes (US$ 75 bilhões) no ano fiscal de 2020, representando 2,01% do PIB no ano e ressaltando que o país asiático ficou atrás das economias europeias desenvolvidas.
Em comparação, a Suécia gastou 3,46%, o Reino Unido 2,98% e a França 2,81% de seu PIB em cuidados infantis em 2018, segundo dados divulgados naquele ano pelo Instituto Nacional de Pesquisa de População e Seguridade Social de Tóquio.