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Já ouviram falar nos japoneses “himajins”? Povoam em abundância as empresas japonesas

- 1 de dezembro de 2025
Desvende o mistério dos trabalhadores ociosos no Japão e como a tensão diplomática com a China afeta o futuro do emprego japonês. Leia agora!

Desvende o mistério dos trabalhadores ociosos no Japão e como a tensão diplomática com a China afeta o futuro do emprego japonês. Leia agora!

As tradicionais práticas de emprego no Japão enfrentam um novo e intenso debate sobre os “trabalhadores de meia-idade ociosos”. Críticos apontam que falhas estruturais na contratação, promoção e atribuição de funções têm desmotivado parte da força de trabalho, mesmo em posições seguras. Este cenário surge em um momento delicado, com tensões diplomáticas crescentes entre Japão e China, após declarações polêmicas do primeiro-ministro Koichi sobre Taiwan.

Tensões Diplomáticas Ameaçam Intercâmbios Japão-China

A China reagiu vigorosamente às declarações de Koichi, convocando o embaixador japonês e emitindo alertas a estudantes e cidadãos sobre viagens ao Japão. Em resposta, o Japão enviou seu diretor-geral do Departamento da Ásia e Oceania a Pequim para estabilizar as relações, reforçando que os comentários de Koichi não representam uma mudança na política central japonesa. O governo promete monitorar a situação e agir apropriadamente.

O atrito diplomático já causa impactos práticos. Um importante fórum privado entre Tóquio e Pequim, organizado desde 2005, foi adiado. Analistas alertam que tais interrupções prejudicam o interesse nacional do Japão, especialmente na salvaguarda de oportunidades de trabalho, estudo e intercâmbio cultural para seus cidadãos. A escalada deve ser evitada para não levar a uma ruptura perigosa nas relações.

Flexibilização do Trabalho e Excesso de Pessoal: Um Paradoxo Japonês

Internamente, a diretriz de Koichi para flexibilizar as regulamentações sobre a jornada de trabalho ganha destaque. Empresas japonesas lidam com uma grave escassez de mão de obra, mas também com excesso de pessoal em certas faixas etárias. Essas contradições estruturais no sistema de emprego japonês estão cada vez mais evidentes. Uma estimativa de 2015 já indicava que mais de 4 milhões de trabalhadores poderiam ser classificados como excedentes até 2025, revelando profundos desequilíbrios.

A professora Shirakawa Tomoko, da Universidade Feminina Showa, popularizou o termo “trabalhadores de meia-idade ociosos”, argumentando que eles são vítimas do sistema de emprego vitalício do Japão, não meramente preguiçosos. O painel de discussão contou com figuras como Shiga Toshiyuki, ex-COO da Nissan, e Sato Chiko, do Mainichi Shimbun.

Desafios da Antiguidade e a Busca por Novos Talentos

Entrevistas com funcionários revelam um cenário complexo. Jovens expressam frustração com colegas mais velhos que prolongam tarefas e recebem salários estáveis por antiguidade, contribuindo menos. Já os trabalhadores mais velhos questionam se sua lealdade de décadas foi recompensada, especialmente com o aumento dos salários iniciais para recém-formados e as mudanças nas carreiras.

A contratação em massa de recém-formados no Japão cria uma pirâmide onde poucos alcançam cargos de gestão. No sistema baseado em membros, sem funções claramente definidas, a rotação por diversos departamentos busca desenvolver generalistas. No entanto, Shirakawa aponta que leva em média 22 anos para um funcionário perceber seu potencial de gestão, muitas vezes tarde demais para desenvolver habilidades especializadas ou mudar de carreira. Aos 44 anos, com responsabilidades familiares, a mudança se torna ainda mais difícil.

Shiga observa que a histórica transferência de excedentes para subsidiárias diminuiu, forçando grandes corporações a manter funcionários sem funções adequadas. Isso desmotiva talentos jovens e móveis, arriscando a competitividade se os ambiciosos decidirem sair.

Reinventando o Ambiente de Trabalho: Lições de Sucesso e Resistência

Um estudo de caso em Kawasaki ilustra os desafios e as oportunidades. Uma pequena empresa de manufatura, antes dependente de longas jornadas e artesãos experientes, reformou suas práticas: reduziu horas extras, investiu em licença-maternidade/paternidade e contratou mulheres. A produtividade triplicou, e a empresa ganhou um prêmio. Contudo, 10 dos 25 funcionários homens mais velhos deixaram a empresa, mostrando resistência às mudanças. A gerência afirma que os que permaneceram se adaptaram e melhoraram.

Shirakawa reitera que “trabalhadores de meia-idade ociosos” não se refere à idade ou gênero, mas àqueles que resistem a mudanças necessárias. Com a pandemia acelerando novos estilos de trabalho, essa resistência se tornou um obstáculo à transformação corporativa.

O modelo de emprego tradicional do Japão, antes bem-sucedido, agora enfrenta limitações estruturais. Sem definições de cargos claras, avaliações de carreira precoces e oportunidades de requalificação, o ciclo de funcionários desmotivados persistirá. As empresas precisam revitalizar esse grupo, muitos dos quais já foram entusiasmados. Diante da escassez de mão de obra, a forma como o Japão aborda a motivação e os papéis de sua força de trabalho de meia-idade será crucial para o crescimento econômico futuro

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