Japão exige corte imediato nas tarifas automotivas dos EUA e esclarecimentos sobre impostos de outros produtos no acordo bilateral.
O governo japonês intensificou os pedidos para que os Estados Unidos reduzam rapidamente as tarifas sobre automóveis e peças automotivas. Em reunião em Washington, o principal negociador comercial do Japão, Ryosei Akazawa, cobrou do secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, a implementação imediata do corte de 27,5% para 15% nas tarifas americanas.
Além disso, o Japão solicitou confirmação e execução imediata das reduções tarifárias para outros produtos importados, como parte do acordo comercial firmado no mês anterior.
Divergências e falta de clareza no acordo
Apesar do compromisso verbal, não houve definição de prazo para a entrada em vigor da redução automotiva. Para a maioria dos outros produtos japoneses, as tarifas dos EUA cairiam de 25% para 15%, mas a ausência de confirmação por escrito gerou dúvidas sobre a aplicação das novas taxas.
Tóquio afirma que houve consenso para evitar acúmulo de tarifas, mas documentos da Casa Branca indicam que essa condição se aplicaria apenas à União Europeia. O primeiro-ministro Shigeru Ishiba reforçou que os EUA confirmaram informalmente que a tarifa de 15% não será somada às já existentes e pediu mudanças rápidas na ordem executiva de Trump.
Produtos agrícolas e risco de cobrança extra
O Japão teme que produtos como carne bovina, que já pagam tarifas acima de 15%, sejam sobrecarregados com a nova taxa. Embora autoridades japonesas afirmem que isso é improvável, o jornal Asahi citou fontes indicando que Washington poderia aplicar o acúmulo.
No parlamento, Ishiba justificou a ausência de declaração escrita para evitar atrasos na aplicação dos cortes. Porém, críticos afirmam que essa decisão deixa o Japão vulnerável diante da imprevisibilidade da política comercial norte-americana.
Pressão política e impacto interno
O cenário é agravado pela instabilidade política de Ishiba, que enfrenta pedidos de renúncia após derrota nas eleições para a Câmara Alta. Líderes da oposição, como Yuichiro Tamaki, exigem postura mais firme diante de Washington, reforçando a necessidade de um documento formal para proteger os interesses comerciais do país.
A tensão comercial entre Japão e EUA reforça o peso estratégico da indústria automotiva japonesa e a importância de clareza em acordos bilaterais.
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