Um jornalista japonês libertado da prisão em Mianmar neste mês conversou com repórteres em Tóquio na segunda-feira. Kubota Toru pediu maior conscientização sobre a questão dos direitos humanos no país e conclamou a junta militar a melhorar a situação.
Kubota foi detido por autoridades de segurança em Yangon, em julho, por filmar protestos contra a junta usando um visto de turista. Ele tinha sido condenado a um total de dez anos de prisão, sob acusações que incluem violação da lei de imigração.
Na entrevista coletiva, Kubota se referiu a um relatório emitido por um grupo de direitos humanos, que diz que mais de 16 mil pessoas foram presas em Mianmar desde o golpe de Estado em fevereiro de 2021. Ele afirmou que, sendo um desse total, sentiu que foi lhe confiada a missão de expressar os pensamentos das pessoas que não podem se manifestar.
Kubota disse que estava detido em uma cela pequena com banheiro, junto com mais de 20 pessoas.
Ele declarou que o governo japonês deveria adotar uma posição forte contra a junta militar, conclamar o país a libertar pessoas que foram detidas injustamente, e fazer com que Mianmar estabeleça um governo democrático. O jornalista citou que, como o Japão tem uma grande presença em Mianmar por conta de seus laços econômicos estreitos, há necessidade de ficar atento se o dinheiro do Japão está sendo usado pelos militares para tirar a vida das pessoas.