183 visualizações 4 min 0 Comentário

Kabuki contemporâneo: filme japonês bate recordes e emociona plateias

- 10 de setembro de 2025
Filme de 3h sobre o mundo esotérico do Kabuki alcança sucesso histórico no Japão, conquistando público com beleza e profundidade emocional.

Filme de 3h sobre o mundo esotérico do Kabuki alcança sucesso histórico no Japão, conquistando público com beleza e profundidade emocional.

Um filme de três horas sobre o mundo esotérico do Kabuki vem desafiar expectativas ao dominar as bilheterias japonesas. A história emociona amantes da cultura japonesa e desceu do palco direto para o coração do público.

Um fenômeno nas bilheterias

“Kokuho” (tesouro nacional) já ultrapassou 10 bilhões de ienes (US$ 68 milhões) em faturamento. Isso o coloca como o segundo live‑action japonês mais lucrativo da história — e o primeiro em mais de duas décadas a alcançar esse valor. Ingressos esgotam-se rapidamente em várias cidades.

Elenco e interpretação intensa

Os galãs Ryo Yoshizawa e Ryusei Yokohama interpretam rivais e almas gêmeas no papel de onnagata, atores masculinos em papéis femininos no Kabuki. Após meses de treinamento com um verdadeiro mestre dessa arte, entregam performances convincentes e impressionantes, seja como princesas delicadas ou donzelas em perigo.

Temas universais e emoção cultural

O enredo explora temas de família, desafios do artista e a vida onírica no teatro tradicional. Em tela, ecos dos filmes clássicos da Yakuza e até de “O Poderoso Chefão” surgem discretamente, sobretudo em um dos protagonistas que é filho de gângster. Essa combinação cria um drama sofisticado, incomum para o padrão de sucesso no Japão, mas profundamente conectado à identidade cultural e ao orgulho nacional em um momento de introspecção coletiva.

Repercussão e reconhecimento internacional

O filme foi inscrito para o Oscar na categoria de longa‑metragem internacional, com os 15 finalistas sendo anunciados em 16 de dezembro. Em Cannes, recebeu elogios e emocionou o público. Nos primeiros 73 dias, somou 7,4 milhões de espectadores no Japão, com muitos retornantes aos cinemas.

Estética e espetáculo visual

Dominado por cenas ricas em tradição: maquiagem feita com a ponta dos dedos, neve ou pétalas de papel caindo no palco, e clássicos como Musume Dojoji (amor vingativo que vira serpente) e Sagi Musume (garça que vira mulher). Um espetáculo visual que resgata a arte antiga com vigor moderno.

Depoimentos marcantes

Sara Akino, cantora jovem que raramente frequenta cinemas, se viu tocada: “é sobre viver tão fielmente consigo mesmo que você está colocando sua vida em risco” (livre adaptação). Outros espectadores destacaram a beleza da fotografia, a fidelidade estética do Kabuki e a dualidade representada pelos personagens, lembrando “yin e yang”. O diretor Sang‑il Lee e o fotógrafo Sofian El Fani foram elogiados por trazer uma nova perspectiva visual, aproximando gerações e reforçando a força emotiva do cinema.

Legado literário e direção

Baseado em best‑seller de Shuichi Yoshida, que trabalhou nos bastidores do Kabuki, o filme foi dirigido por Sang‑il Lee (de Hula Girls e Pachinko). O olhar cinematográfico intenso de Fani — cujo trabalho inclui Azul é a Cor Mais Quente — dá profundidade aos sentimentos internos dos personagens.

Logotipo Mundo-Nipo
Autor

**Portal Mundo-Nipo**
Sucursal Japão

Comentários estão fechados.