Indonésia e Japão: Laços Fortalecidos pela Culinária. Explore a conexão histórica e cultural entre Kesennuma e a Indonésia.
Na cidade portuária de Kesennuma, no nordeste do Japão, a comida tem se destacado como um elo poderoso entre os habitantes locais e a crescente comunidade estrangeira, especialmente os indonésios. Esta cidade, que sofreu severamente com o terremoto e tsunami de 2011, é conhecida por sua rica natureza e áreas de pesca. Em tempos de recuperação, eventos culinários têm promovido a integração e o apoio mútuo entre os moradores.
Kesennuma mantém uma relação duradoura com a Indonésia, fortalecida pela indústria pesqueira local. Desde 2003, a cidade celebra essa conexão com desfiles que incluem trajes indonésios, e a visita do embaixador indonésio no Japão. Após o desastre de 2011, a cidade recebeu a visita do então presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, reforçando ainda mais esses laços.
Nos anos que se seguiram ao desastre, a população local diminuiu significativamente, mas o número de estrangeiros aumentou, passando de 460 para 800. Muitos desses novos residentes contribuíram para a reconstrução da cidade e trabalharam na indústria pesqueira. Uma empresa local, que participa do programa de estágio técnico do Japão, abriu um restaurante e uma mesquita indonésios, além de introduzir pratos indonésios nas escolas.
O Laboratory for Global Dialogue, uma ONG sediada em Tóquio, tem sido fundamental na promoção de intercâmbios culturais entre Kesennuma e a comunidade estrangeira. Desde 2018, a organização realiza encontros mensais com temática gastronômica, e em 2023, inaugurou o “Asia Cafe” para atrair mais moradores estrangeiros. As atividades incluem intercâmbios educacionais e eventos culinários em várias regiões.
Atsushi Kadowaki, um artista de Sendai, é um dos líderes dessas iniciativas. Após o desastre de 2011, ele ajudou a preparar refeições para as vítimas, aprendendo habilidades culinárias com os idosos. Ele acredita no “poder da comida de cruzar fronteiras”. Bagas Surya Herianda, um estagiário indonésio, participa ativamente dos eventos, ensinando culinária indonésia e desejando aprender a japonesa para abrir um restaurante em seu país.
Yoko Narisawa, uma residente local de 84 anos, frequenta os eventos e aprecia a vitalidade que eles trazem à cidade. Com a crescente popularidade, os eventos atraem de 20 a 30 pessoas, superando a capacidade atual do espaço.
Para acomodar mais participantes, a ONG planeja expandir suas atividades neste outono, oferecendo pratos de diferentes países em centros comunitários, servidos em estilo bufê. O novo evento, chamado “Festa Mundial”, promete ser uma celebração multicultural, onde todos terão um papel de destaque.
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