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Massacre de Coreanos em Sakhalin 1945 Novos Documentos Revelam Atrocidades

- 13 de agosto de 2025
Novos documentos russos revelam um esquecido massacre de coreanos em Sakhalin em 1945. Saiba mais sobre as atrocidades no fim da Segunda Guerra Mundial.

Novos documentos russos revelam um esquecido massacre de coreanos em Sakhalin em 1945. Saiba mais sobre as atrocidades no fim da Segunda Guerra Mundial.

Documentos do governo russo, recentemente abertos ao público, trouxeram à tona uma série de novos e brutais assassinatos de coreanos por japoneses. Estes eventos ocorreram em diversos locais no sul da Ilha Sakhalin, entre 15 de agosto e o início de setembro de 1945. A descoberta, reportada pelo jornal Mainichi Shimbun, foi possível graças ao trabalho de dois pesquisadores de Sakhalin que tiveram acesso aos materiais, expandindo o conhecimento sobre o massacre de coreanos em Sakhalin durante os dias caóticos do fim da Segunda Guerra Mundial.

As revelações ampliam o escopo das atrocidades conhecidas na região, que na época era chamada de Karafuto e estava sob controle do Japão.

O Contexto Histórico da Tragédia em Sakhalin

A tensão explodiu em 9 de agosto de 1945, quando a União Soviética rompeu o Pacto de Neutralidade com o Japão e declarou guerra, invadindo o sul de Sakhalin dois dias depois. Em meio ao combate e ao pânico que se seguiram:

  • Espalharam-se rumores de que coreanos atuavam como espiões para os soviéticos.
  • Moradores japoneses, tomados pelo medo, acusaram e atacaram civis coreanos.
  • Essa paranoia resultou em uma série de incidentes violentos, culminando no massacre de coreanos em Sakhalin.

Antes desta nova descoberta, os registros soviéticos apontavam para dois incidentes principais: o massacre na delegacia de Kamishisuka (18 mortos) e o incidente de Mizuho (27 mortos). Os novos documentos mostram que a violência foi ainda mais disseminada.

Novas Descobertas: Os Assassinatos Revelados

A pesquisa, conduzida por Yulia Din, do Museu Regional de Sakhalin, e Elena Savelyeva, do complexo memorial “Pobeda”, revelou eventos chocantes baseados em depoimentos e registros investigativos obtidos a partir de 2021.

O Incidente em Ushiro

Em 15 de agosto de 1945, na localidade de Ushiro (hoje Orlovo), um homem coreano foi acusado de fazer sinais para aviões soviéticos durante um bombardeio. Ele foi morto a tiros por oito soldados japoneses. Em seguida, seu corpo foi perfurado por baionetas por outros 27 civis japoneses, sob o pretexto de “treinamento de combate”.

Violência em Chirikoro

No mesmo dia, em Chirikoro (hoje Nerpichye), um coreano que servia em um corpo de voluntários foi morto por seus próprios camaradas japoneses. Sua morte foi motivada pela suspeita de colaboração com os soviéticos após ele solicitar o mesmo tipo de armamento que os japoneses recebiam. No início de setembro, outro coreano foi executado sob a suspeita de que planejava revelar depósitos de armas aos soviéticos.

Análises de Especialistas sobre o Massacre

Yulia Din destaca a trágica natureza dos eventos, onde “civis foram levados a matar civis” pelas condições extremas da guerra.

Koichi Inoue, professor emérito da Universidade de Hokkaido, oferece uma análise ponderada. Ele lembra que os registros foram compilados sob a perspectiva soviética, mas afirma que “se a invasão soviética não tivesse ocorrido, esses incidentes provavelmente não teriam acontecido”. Para Inoue, o avanço soviético fez com que “o militarismo japonês irrompesse”, e a fúria se voltou contra os coreanos, que eram um povo colonizado pelo Japão.

A investigação soviética sobre esses casos foi meticulosa, incluindo interrogatórios dos japoneses envolvidos e a busca pelos corpos das vítimas. A revelação desses crimes, quase 80 anos depois, é um passo crucial para entender a complexidade e a brutalidade que marcaram o fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico.

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