Investidores Internacionais Otimistas com Ações Japonesas: Uma Visão Global
Melhoria nos Retornos e Enfraquecimento do Iene Fortalecem a Confiança
O Índice Nikkei 225 do Japão, um dos principais indicadores do mercado de ações, alcançou um marco significativo ao ultrapassar o nível psicológico de 40.000 pontos pela primeira vez, sinalizando um potencial para novos avanços em sua recuperação histórica. Este feito notável foi alcançado na segunda-feira, com o índice atingindo um novo recorde intradiário de 40.258,41, impulsionado em grande parte pelo desempenho excepcional das ações de tecnologia, como a Tokyo Electron, uma fabricante de equipamentos para semicondutores.
Enquanto o índice mais amplo Topix também registrou ganhos, ainda se encontra aproximadamente 6% abaixo de seu recorde histórico, estabelecido há mais de três décadas. Ambos os índices, Nikkei e Topix, foram beneficiados pelos dados positivos do consumo nos Estados Unidos, aumentando a expectativa de que a Reserva Federal dos EUA possa começar a reduzir as taxas de juros já em junho, o que é visto como um fator positivo para o sentimento do mercado global.
A recente escalada do Nikkei para 40 mil pontos é interpretada por muitos investidores, especialmente internacionais, como um sinal do otimismo contínuo em relação às ações japonesas, conforme destacado por Daiju Aoki, diretor regional de investimentos da UBS SuMi Trust Wealth Management Co. em Tóquio. Esse otimismo é sustentado pela melhoria dos retornos para os acionistas, pelo enfraquecimento do iene e pela expansão dos lucros empresariais.
O apoio de figuras influentes como Warren Buffett às empresas comerciais japonesas e as preocupações com a desaceleração econômica na China têm levado muitos fundos a se voltarem para o Japão como um mercado atrativo. Após atingir o marco histórico em 22 de fevereiro, o Nikkei experimentou uma moderação em sua trajetória ascendente, com investidores realizando lucros e alguns analistas expressando surpresa com a rapidez da recuperação. No entanto, as quedas foram limitadas, pois os investidores aproveitaram as baixas para comprar.
A perspectiva positiva para as ações japonesas é compartilhada por grandes gestores de ativos globais, como a BlackRock e a Amundi Asset Management, que veem o crescimento dos lucros e as mudanças na governança corporativa como fatores de sustentação da força do mercado. A Bolsa de Valores de Tóquio tem incentivado as empresas a divulgar relatórios sobre planos para aumentar o valor das ações, resultando em anúncios de recompras de ações e aumentos nos dividendos. Além disso, o aumento das aquisições de empresas e a intensificação das campanhas por investidores ativistas reforçam esse cenário otimista.
Interessantemente, cerca de um terço das empresas listadas no Nikkei, excluindo o setor financeiro, apresentam uma posição líquida de caixa, indicando que possuem mais caixa do que dívida. Isso é significativamente superior ao observado no índice S&P 500 dos Estados Unidos e fortalece a posição dos investidores ativistas e da própria bolsa de valores de Tóquio.
Apesar de o nível de 40.000 pontos no Nikkei 225 representar uma resistência psicológica que pode introduzir volatilidade, a continuidade dos fatores estruturais favoráveis e a persistente fraqueza do iene sugerem que esse marco possa ser mais um indicativo de tendência de alta do que de preocupações com uma sobrecompra das ações japonesas, conforme aponta Charu Chanana, estrategista da Saxo Capital Markets em Cingapura.