Do Banco de Trabalho Voluntário aos Sistemas Digitais: A Evolução das Moedas Comunitárias no Japão.
Acompanhe a trajetória das moedas comunitárias desde 1973, refletindo uma mudança para economias mais inclusivas.
Aruha Hamamura, uma estudante universitária no último ano, equilibra seu amor pelo surf nas praias de Kounohama, Península de Shima, com o trabalho de barista no CO Blue Center em Mie, um espaço eco-friendly que alia sauna e coworking a iniciativas ambientais. Uma dessas iniciativas, o Re:COIN, transforma resíduos plásticos das praias em moedas aceitas localmente, incentivando a limpeza das praias e o desenvolvimento econômico da região.
O programa Re:COIN não apenas contribui para a diminuição da poluição plástica, mas também fortalece a comunidade, refletindo a crescente prática de moedas comunitárias no Japão para promover sustentabilidade e o bem-estar social. Kai Sawyer, um ativista da permacultura, ressalta o valor dessas iniciativas para uma economia que preza pela cooperação e confiança mútua, em contraposição ao modelo capitalista que mede sucesso pelo acúmulo de riquezas.
Desde 1973, o Japão tem visto o florescimento de moedas comunitárias, começando com o Banco de Trabalho Voluntário em Osaka por Teruko Mizushima, até sistemas modernos que abrangem desde assistência mútua até objetivos educacionais e de conservação ambiental, culminando na adoção de moedas digitais para revitalização econômica.
Um exemplo notável é o sistema “bunji” de Kokubunji, Tóquio, que promove trocas comunitárias através de notas personalizadas, reforçando a solidariedade comunitária. O Cafe Slow, parte dessa rede, oferece não apenas refeições orgânicas, mas também um espaço para eventos que fomentam a sustentabilidade e a conexão entre as pessoas, aceitando diversas moedas comunitárias, inclusive a própria moeda do café, “namake”.
Essas iniciativas destacam uma tendência no Japão em direção a sistemas econômicos alternativos que valorizam a cooperação, sustentabilidade e fortalecimento comunitário. Moedas comunitárias, sejam digitais ou físicas, estão se tornando importantes ferramentas para promover uma economia mais inclusiva e sustentável, refletindo um movimento global em busca de alternativas ao capitalismo tradicional.