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O Choque de Realidade Por Trás da Imagem do Japão Onde Ninguém Mais Quer Trabalhar

- 16 de novembro de 2025
Descubra por que trabalhar no Japão está perdendo o brilho para estrangeiros. Queda de estagiários chineses e salários baixos ameaçam a mão de obra nipônica.

Descubra por que trabalhar no Japão está perdendo o brilho para estrangeiros. Queda de estagiários chineses e salários baixos ameaçam a mão de obra nipônica.

Apesar das discussões políticas sobre regulamentações mais rígidas para estrangeiros, o Japão enfrenta um desafio silencioso: está se tornando um país “não escolhido” devido à prolongada estagnação econômica. A percepção de que trabalhar no Japão já não compensa está se espalhando rapidamente entre os trabalhadores asiáticos qualificados.

Um diretor anônimo de uma cooperativa em Tóquio, que intermedia estagiários técnicos, é enfático: “O número de estagiários técnicos vindos da China diminuiu drasticamente. O Japão já não é atrativo“.


Estagnação Econômica e o Fuga dos Estagiários Chineses

Os dados comprovam essa mudança demográfica. Entre 2015 e 2023, o número de trabalhadores chineses com o visto de Trabalhador Qualificado Específico nº 1 despencou, caindo para menos de um terço (de $38.327$ para $11.347$).

Em contraste, trabalhadores vietnamitas dobraram, chegando a $77.634$ no mesmo período. No entanto, até mesmo a atratividade do trabalhar no Japão para outras nacionalidades está sob pressão.

Comparação Salarial (Estimativas Mensais):

Tipo de SalárioFaixa em Ienes (JPY)Faixa em Dólares (USD)
Bruto (Recebido)$170.000$ a $180.000$$1.120$ a $1.200$
Líquido (Após Despesas)$130.000$ a $140.000$~$850$ a ~$950$
Remessa ao País de OrigemMenos de $600$Menos de $600$

“Pessoas inteligentes em países como Camboja conseguem um salário suficiente em casa. Não há necessidade de vir ao Japão para trabalhar“, explica a fonte.


A Busca por Talentos em Meio à Queda de Qualidade

Embora o Japão tenha visto aumentos recentes no salário mínimo, ele permanece abaixo de concorrentes asiáticos como Singapura, Taiwan e Coreia do Sul.

Essa realidade salarial, somada ao iene fraco, afeta a qualidade dos candidatos. O diretor lamenta: “Não há motivo para que pessoas talentosas venham ao Japão. Infelizmente, a percepção é que mais pessoas com pouca qualificação e desmotivadas estão vindo.”

Apesar dos custos de contratação estarem altos, a demanda das empresas japonesas é incessante, especialmente em regiões como o Norte de Kanto, Aichi e Gifu, onde a escassez de mão de obra é crítica.


O Japão Como Apenas um “Ponto de Trânsito”

Ryuji Kinoshita, presidente da Hayate Japan Corp., que intermedia trabalhadores filipinos, percebe o mesmo fenômeno. Durante a bolha econômica, todos queriam trabalhar no Japão. Hoje, os EUA, Europa e Nova Zelândia são mais procurados.

Para muitos filipinos, o tempo no arquipélago é um degrau profissional. Kinoshita estima que 80% dos filipinos veem a experiência no Japão apenas como um trampolim para carreiras no Ocidente.


Mudança no Perfil Demográfico da Mão de Obra Estrangeira

A China está fora, e a tendência é de que o perfil do imigrante continue a mudar. Kinoshita aponta para um crescimento de trabalhadores do Sri Lanka, Nepal e Índia, com uma projeção futura para nações africanas.

A questão permanece: em meio à competição global e salários desfavoráveis, o Japão conseguirá reverter o cenário e se tornar novamente um país escolhido por profissionais estrangeiros?

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