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O Crescimento dos Trabalhadores Estrangeiros na Economia Japonesa

- 21 de julho de 2025
Descubra como os trabalhadores estrangeiros no Japão impulsionam a inovação no setor de restaurantes e o esforço da ORA por práticas de contratação transparentes.

Descubra como os trabalhadores estrangeiros no Japão impulsionam a inovação no setor de restaurantes e o esforço da ORA por práticas de contratação transparentes.

A presença de trabalhadores estrangeiros no Japão tem se tornado um tema central, especialmente no setor de restaurantes. Com as recentes discussões na eleição para a Câmara Alta, a inclusão e o status desses profissionais na sociedade japonesa ganham ainda mais destaque. Yasuhiro Inoue, vice-presidente da Associação de Administração de Restaurantes de Osaka (ORA), compartilha sua vasta experiência e insights sobre o papel fundamental que os estrangeiros desempenham na sustentabilidade e inovação do setor.

O Desafio da Mão de Obra no Setor de Restaurantes

Inoue, com 40 anos de experiência e proprietário de uma dezena de restaurantes, ressalta que o setor de restaurantes é intensivo em mão de obra e enfrenta dificuldades para atrair e reter funcionários japoneses devido aos salários mais baixos e à necessidade de operar em horários de folga da maioria das pessoas. “Nos últimos anos, o setor de restaurantes enfrentou uma situação difícil por não conseguir permanecer aberto sem funcionários estrangeiros”, afirma Inoue. Em seus próprios estabelecimentos, a maioria dos funcionários fixos é estrangeira, e ele garante que não há distinção salarial entre japoneses e não japoneses.

Inovação e Diversidade Cultural

A contratação de trabalhadores estrangeiros no Japão tem trazido benefícios inesperados para os negócios de Inoue. Ideias inovadoras, como o uso criativo de cascas de frutas, provenientes dos métodos de cozimento de seus países de origem, levaram à redução do desperdício de alimentos e à otimização de despesas. Além disso, a troca cultural estimula novas perspectivas de negócios. “Eles nos oferecem ideias que os japoneses jamais teriam”, destaca Inoue, enfatizando a riqueza que a diversidade cultural agrega ao ambiente de trabalho.


ORA e a Transparência na Contratação

Desde 2016, a ORA tem se empenhado em promover práticas de contratação mais transparentes para os trabalhadores estrangeiros no Japão. A iniciativa surgiu após Inoue descobrir que uma funcionária vietnamita havia contraído uma dívida significativa com um intermediário para vir ao Japão. Essa experiência o levou a viajar pela Ásia para investigar organizações locais e costumes, buscando entender melhor o sistema. Com o apoio da JETRO e de seus próprios funcionários estrangeiros, ele percebeu a necessidade de uma ação coletiva, o que o levou a envolver a ORA.

A associação tem realizado sessões de estudo com especialistas, como professores universitários, advogados e escrivães judiciais, para educar sobre as melhores práticas. Além disso, a ORA tem pressionado o governo para estabelecer um sistema mais justo e transparente para a contratação de trabalhadores estrangeiros no Japão.

Desmistificando Equívocos sobre Estrangeiros

Inoue aborda a recente onda de desinformação nas redes sociais, que sugere que estrangeiros estariam se aproveitando do sistema de bem-estar social japonês. Ele esclarece que seus funcionários estrangeiros pagam os mesmos impostos e contribuições previdenciárias que os japoneses. Qualquer brecha no sistema, segundo ele, deve ser corrigida, mas a responsabilidade por isso recai sobre todos, não apenas sobre os estrangeiros. “É errado criticar apenas estrangeiros”, enfatiza.

Sobre políticos que defendem mudanças nas políticas alegando privilégios especiais, Inoue expressa o desejo de que as discussões sejam baseadas em fatos e na realidade do setor de restaurantes, e não em críticas genéricas sem exemplos específicos. Ele acredita que é positivo que as políticas relativas a estrangeiros estejam ganhando destaque, mas a discussão precisa ser mais informada e menos polarizada.


O Impacto Social e a Expo Osaka Kansai

A preocupação dos trabalhadores estrangeiros no Japão com o ambiente social é perceptível. Inoue relata que um de seus funcionários mais antigos, fluente em japonês, questionou se “estrangeiros são odiados no Japão” após ler postagens nas redes sociais. Essa mudança no ambiente social gera apreensão entre eles.

Na Expo Osaka Kansai, o Pavilhão Gaishoku Utage da ORA emprega 24 estrangeiros, muitos dos quais não são fluentes em japonês. A iniciativa visa demonstrar que, com o apoio adequado de funcionários japoneses e estrangeiros fluentes, é possível operar com sucesso e promover a diversidade. Com quase um milhão de visitantes e sem grandes problemas, a equipe demonstra satisfação. A experiência busca ressaltar os benefícios e a força da diversidade para os visitantes e para o setor como um todo. A cooperação dos trabalhadores estrangeiros no Japão é vista como indispensável para o crescimento contínuo do setor de restaurantes.

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