O Primeiro-Ministro Shigeru Ishiba enfrenta dilemas ao planejar a Mensagem Ishiba Segunda Guerra Mundial. Entenda o debate histórico, político e a comparação com o precedente de Shinzo Abe.
Mensagem Ishiba Segunda Guerra Mundial é um tópico central no debate político japonês, especialmente no aniversário do fim do conflito. A questão fundamental neste verão, que marca 80 anos desde o fim da guerra, não se resume apenas ao futuro político do Primeiro-Ministro Shigeru Ishiba. Envolve, crucialmente, se ele deve divulgar uma mensagem pessoal sobre a Segunda Guerra Mundial como alternativa à tradicional declaração oficial de aniversário, que exige aprovação do Gabinete.
Ishiba já expressou seu desejo de emitir uma mensagem. Ele considera “necessário impedir que a guerra aconteça novamente”, e quer incluir uma avaliação própria sobre as razões pelas quais o Japão falhou em evitar sua entrada imprudente no conflito. No entanto, o momento, o formato e o conteúdo exato dessa Mensagem Ishiba Segunda Guerra Mundial permanecem indefinidos.
Por Que a Mensagem Foi Adianda
Ishiba, por fim, não divulgou a mensagem em 15 de agosto, data do aniversário, alegando tempo insuficiente para a preparação. Apesar disso, ele demonstrou uma postura distinta. Em seu discurso no serviço memorial anual em homenagem aos mortos na guerra, ele usou a palavra “remorso”.
Fontes próximas indicam que o rascunho inicial de sua equipe não continha a palavra. Ishiba questionou a ausência e a incluiu. Esta foi a primeira vez que a palavra “remorso” apareceu no discurso de um primeiro-ministro desde o uso pelo ex-líder do Partido Democrata Yoshihiko Noda em 2012.
A Resistência à Nova Declaração
Apesar de indicar disposição para divulgá-la, Ishiba deixou sua política incerta. Preocupações sobre o conteúdo e o impacto da Mensagem Ishiba Segunda Guerra Mundial persistem. Membros do Partido Liberal Democrata (PLD), principalmente os conservadores, argumentam veementemente que essa nova mensagem deve ser evitada.
- Medo de controvérsia: Muitos parlamentares do PLD temem que uma nova mensagem reacenda questões sobre a interpretação histórica que foram consideradas resolvidas pela declaração do 70º aniversário, emitida sob o governo de Shinzo Abe.
- Aviso de ex-ministro: Takayuki Kobayashi, ex-ministro da segurança econômica, alertou que o Japão não deve “sobrecarregar as gerações futuras, obrigando-as a continuar a pedir desculpas”, defendendo que a declaração do 70º aniversário é fundamental.
Um alto funcionário do Ministério das Relações Exteriores reforçou que “Emitir uma nova Mensagem Ishiba Segunda Guerra Mundial corre o risco de gerar controvérsia sobre a compreensão histórica envolvendo países relevantes”.
O Precedente de Shinzo Abe
O ex-Primeiro-Ministro Shinzo Abe entendeu a importância política de uma declaração e agiu com meticulosidade. Antes de emitir a declaração do 70º aniversário em 2015, Abe:
- Estabeleceu um painel consultivo de especialistas em fevereiro de 2015.
- O painel apresentou um relatório em agosto, após sete rodadas de discussões.
- Abe refinou a redação com base no relatório, e o Gabinete aprovou o texto.
A declaração de Abe incluiu termos importantes como “domínio colonial”, “agressão“, “profundo remorso” e “sincero pedido de desculpas“, dando continuidade às posições de governos anteriores (Murayama, 1995; Koizumi, 2005). Também projetou um futuro, enfatizando que as gerações futuras não deveriam ser predestinadas a se desculpar. Abe buscou ativamente um equilíbrio político, incorporando termos como “agressão” após discussões com especialistas, o que lhe rendeu avaliações positivas.
Os Riscos da Abordagem de Ishiba
Alguns questionam a sinceridade da abordagem de Ishiba em comparação com a de Abe. Ishiba planejava criar um painel de especialistas já em abril, com a possibilidade de emitir a mensagem em agosto. No entanto, questões como as medidas tarifárias dos EUA causaram atrasos repetidos.
A interpretação pretendida por Ishiba também apresenta riscos de conteúdo. O Primeiro-Ministro quer focar na análise de falhas institucionais que permitiram a continuidade da guerra, evitando o envolvimento direto com a interpretação histórica. No entanto, pessoas próximas temem que, mesmo com essa intenção, sua avaliação possa ser interpretada como ligada à interpretação histórica ou à responsabilidade pela guerra.
- As opiniões de um Primeiro-Ministro têm peso significativo.
- Para concretizar sua visão, Ishiba precisa obter a compreensão do público e mobilizar o governo e o partido, algo que tem faltado em sua abordagem até agora.
Se Ishiba priorizar motivações pessoais, como deixar sua “assinatura” na história, sem a devida preparação e consideração política, ele corre o risco de criar problemas persistentes para a política externa e interna do Japão.


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