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O Escândalo dos Vistos no Japão Empresas de Fachada Chocam Osaka

- 13 de novembro de 2025
Escândalo dos vistos no Japão: descubra como empresas de fachada em Osaka exploram brechas para obter residência e o impacto na imigração japonesa.

Escândalo dos vistos no Japão: descubra como empresas de fachada em Osaka exploram brechas para obter residência e o impacto na imigração japonesa.

Em um cenário que desafia a lógica, um prédio de quatro andares em um bairro sereno de Osaka esconde um segredo intrigante: mais de 100 empresas registradas em apenas 40 salas, sem nenhum funcionário visível. Esta reportagem investiga o crescente fenômeno das empresas de fachada no Japão, criadas primordialmente para a obtenção do cobiçado visto de gestão empresarial. À noite, todas as janelas brilham com luz, mas a ausência de pessoas é um silêncio eloquente que ecoa o propósito obscuro por trás dessas operações.

Empresas Fantasma e o Visto de Gestão Empresarial

A maioria dessas empresas “fantasma”, geridas predominantemente por cidadãos chineses, não possui atividade comercial real. Seu objetivo principal é assegurar a elegibilidade para o visto de gestão empresarial do Japão, um status de residência introduzido em 2015 para atrair empreendedores estrangeiros. Este visto permite a residência no Japão mediante um investimento superior a 5 milhões de ienes ou a contratação de pelo menos dois funcionários em tempo integral. No entanto, o sistema tem sido criticado por sua suposta leniência, transformando-se em uma porta para a imigração irregular.

Osaka Age Contra as Licenças de Hospedagem Minpaku

A cidade de Osaka, em resposta a reclamações sobre barulho e lixo, decidiu encerrar novos pedidos de licenças para hospedagem em “áreas especiais minpaku” até o final de maio do próximo ano. Este sistema facilitava aluguéis de curta duração em zonas designadas, mas as consequências indesejadas levaram a uma revisão. Desde o anúncio, houve um aumento exponencial nas solicitações de última hora, com muitos cidadãos chineses buscando garantir suas licenças antes do prazo. Um escritório em Osaka registrou um aumento de 2,5 vezes no número de pedidos, com metade deles vindos de solicitantes chineses.

O professor Matsumura, especialista na indústria minpaku, revela que essas empresas de fachada frequentemente alugam pequenos espaços apenas para fins de registro de sede, sem intenção de operar um negócio legítimo. Ele cita um exemplo no bairro de Chuo, em Osaka, onde mais de 130 empresas, quase todas chinesas, estão registradas em um único prédio de apartamentos de 40 salas.

Brechas no Sistema e a Corrida Contra o Tempo

As críticas ao visto de gestão empresarial do Japão não são novas, com alegações em redes sociais chinesas de que “mudar-se para o Japão é tão fácil quanto respirar” e que “tudo o que você precisa são 5 milhões de ienes”. Essa percepção contribuiu para o triplo aumento no número de cidadãos chineses que permanecem no Japão com esse visto na última década.

Em resposta a essa preocupação, a Agência de Serviços de Imigração elevou o requisito de capital para o visto para 30 milhões de ienes, efetivado em 16 de outubro. Contudo, a medida provocou uma corrida desenfreada. Matsumura observa que, em um único local, cerca de 90 empresas foram registradas, sendo 80 delas constituídas após 20 de setembro, todas em uma tentativa de se estabelecer antes do prazo final da nova regra.

As Consequências e o Futuro da Imigração no Japão

Representantes de empresas que auxiliam empresários chineses afirmam que muitos de seus clientes genuinamente desejam viver e trabalhar no Japão, atraídos pela liberdade, segurança e ambiente limpo. No entanto, o crescente número de empresas de fachada para fins imigratórios levanta sérias preocupações. O prefeito de Osaka, Yokoyama, enfatiza que a questão do visto de gestão é um assunto nacional e espera uma fiscalização mais rigorosa, prometendo revogar licenças de operadores que desrespeitem o propósito do sistema minpaku.

Especialistas alertam que Tóquio também enfrenta tendências semelhantes, com famílias chinesas ricas utilizando essas brechas para fins de “migração educacional”, buscando as prestigiadas escolas públicas japonesas para seus filhos. Com a economia chinesa em desaceleração e a busca por estabilidade, o Japão se tornou um destino atraente, mesmo enquanto as autoridades se esforçam para fechar as brechas que permitiram o florescimento dessas empresas fraudulentas. A luta para equilibrar o incentivo ao investimento estrangeiro com a integridade de seu sistema imigratório continua.

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