Conheça as novas medidas econômicas do governo Takaichi no Japão, incluindo isenção de impostos e redução no preço dos combustíveis para 2025.
O cenário político no Japão apresenta mudanças significativas com a gestão da Primeira-Ministra Sanae Takaichi. O foco atual do governo é a resiliência nacional. As novas medidas buscam fortalecer a economia interna e a soberania do país. Além disso, as políticas fiscais pretendem aliviar o peso financeiro sobre os trabalhadores residentes.
O novo plano para a Economia e Custo de Vida no Japão
A economia é a prioridade máxima da administração atual. Takaichi adotou uma política fiscal proativa nos seus primeiros meses. Primeiramente, o governo propôs o aumento da isenção de impostos. O teto passará de 1,03 milhão para 1,6 milhão de ienes anuais. Como resultado, o trabalhador terá mais dinheiro disponível no bolso.
Essa medida visa combater diretamente os efeitos da inflação no cotidiano. Outro ponto relevante é a reforma dos combustíveis. O plano prevê a extinção da taxa provisória sobre a gasolina. No entanto, o objetivo vai além de baixar preços nas bombas. A meta é reduzir custos de logística e transporte em todo o país.
Investimento em tecnologia e independência
O governo criou o Conselho de Estratégia de Crescimento recentemente. Este órgão destinará subsídios vultosos para semicondutores e Inteligência Artificial. Por exemplo, o Japão busca reduzir a dependência de tecnologias estrangeiras. Takaichi acredita que a inovação garante a segurança econômica a longo prazo.
Defesa e soberania na política de Takaichi
O Japão adota uma postura mais firme na política externa agora. O orçamento de defesa subirá para 2% do PIB em 2025. Essa aceleração militar prepara o país para instabilidades geopolíticas. Além disso, novas leis restringem a compra de terras estratégicas por estrangeiros. O monitoramento de cadeias de suprimentos também se tornou mais rigoroso.
Medidas para Saúde, Educação e Bem-Estar Social
A crise demográfica exige ações sociais concretas e urgentes. O projeto de merenda gratuita nacional é uma dessas iniciativas. Ele busca aliviar o fardo das famílias e incentivar a natalidade. Por outro lado, o setor de saúde recebe atenção especial. Hospitais e casas de repouso contarão com subsídios emergenciais.
Essas instituições sofrem com os altos custos de energia atuais. Para resolver o problema energético, o governo reativará usinas nucleares. A energia nuclear de nova geração promete ser barata e estável. Assim, as indústrias e residências terão custos operacionais reduzidos.
O papel da fiscalização e a nova ordem social
A pauta sobre estrangeiros ganha destaque por questões estratégicas de autoridade. Takaichi defende que o cumprimento rigoroso das leis garante a ordem. Para a base conservadora, isso demonstra uma liderança forte e decidida. Contudo, o orçamento revela que o foco real é o consumo interno.
A regularização migratória funciona como um filtro para a economia. O governo seleciona quem contribui efetivamente para o progresso nacional. Em conclusão, o Japão busca reconstruir sua força através da independência total. O foco em tecnologia, defesa e alívio fiscal define esta nova era.
Por que parece que ela só fala de estrangeiros?
A percepção de que ela “só fez linha dura contra estrangeiros” ocorre por três motivos principais:
- Fator Temático: As questões de imigração e segurança são as que geram mais engajamento emocional e manchetes rápidas, ocultando debates técnicos sobre PIB e taxas de juros.
- Kimi Onoda: A presença de Onoda como porta-voz da segurança econômica e convivência estrangeira é muito vocal, o que dá a impressão de que essa é a única atividade do governo.
- Identidade Política: Takaichi construiu sua base eleitoral no nacionalismo. Mesmo que 80% do seu trabalho seja economia, os 20% dedicados ao controle de estrangeiros são o que define sua “marca” para o eleitor conservador.
Conclusão: Por que a pauta estrangeira ganha tanto palco?
A ênfase dada aos estrangeiros nos últimos meses é estratégica. Para Takaichi e seus aliados (como Sohei Kamiya e Kimi Onoda), garantir que “as leis sejam cumpridas rigorosamente” serve como uma prova de autoridade para a base eleitoral conservadora.
No entanto, ao olharmos para o orçamento e para os projetos de lei apresentados, fica claro que o foco real da primeira-ministra está em reconstruir a economia japonesa através do consumo interno e da independência tecnológica e militar. A regularização de estrangeiros é apenas o “filtro” que ela usa para garantir que essa nova economia seja composta apenas por quem, segundo seus critérios, contribui para a ordem social.


**Portal Mundo-Nipo**
Sucursal Japão
Jonathan Miyata é Correspondente Internacional do Canal Mundo-Nipo em Tóquio. Graduado em Jornalismo pela Universidade de São Paulo e com Pós-Graduação em Estudos Asiáticos pela Universidade de Tóquio (Todai). Atua na cobertura de política, tecnologia e cultura japonesa há mais de 8 anos, com passagens pelo grupo Abril antes de integrar o Mundo-Nipo.
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