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Restrições à compra de imóveis por estrangeiros ganham destaque no Japão

- 8 de julho de 2025
Descubra o debate no Japão sobre restrições à compra de imóveis por estrangeiros. Saiba como os partidos políticos propõem regulamentar o mercado.

Descubra o debate no Japão sobre restrições à compra de imóveis por estrangeiros. Saiba como os partidos políticos propõem regulamentar o mercado.

Com as próximas eleições para a Câmara Alta do Japão se aproximando, o debate sobre a imposição de restrições à compra de imóveis por estrangeiros ganha força. A disparada dos preços dos imóveis, especialmente em Tóquio, onde condomínios usados superam 100 milhões de ienes, tem levantado preocupações sobre a acessibilidade à moradia para cidadãos japoneses. Nesse cenário, sete dos oito principais partidos políticos expressaram apoio a alguma forma de regulamentação para compradores estrangeiros de imóveis. O investimento estrangeiro, particularmente de indivíduos ricos do exterior, é visto como um fator contribuinte para o boom imobiliário, tornando o sonho da casa própria cada vez mais distante para muitos.


O posicionamento dos partidos políticos sobre a regulamentação

A questão central levantada aos líderes partidários foi se o Japão deveria seguir o exemplo de outros países que introduziram regulamentações ou impostos sobre a compra de imóveis por estrangeiros. A maioria dos partidos se mostrou favorável a algum nível de restrição, com nuances em suas propostas.

Partido Liberal Democrata

O líder do Partido Liberal Democrata, Ishiba, reconheceu que a especulação imobiliária, seja por estrangeiros ou japoneses, é problemática. Ele enfatizou a necessidade de avaliar a situação com urgência, consultando os marcos jurídicos internacionais para definir as melhores restrições à compra de imóveis por estrangeiros.

Partido Constitucional Democrático

Noda, líder do Partido Constitucional Democrático, apoiou a ideia de acordos recíprocos. Contudo, ressaltou que áreas próximas a infraestruturas nacionais críticas deveriam estar sujeitas a regulamentações independentes por razões de segurança, visando a proteção de interesses estratégicos do Japão em relação às restrições à compra de imóveis por estrangeiros.

Partido da Inovação do Japão

Yoshimura, do Partido da Inovação do Japão, argumentou que há um claro desequilíbrio, já que japoneses não podem comprar terras na China, mas compradores chineses não enfrentam tais limitações no Japão. Ele insistiu que o Japão deveria estabelecer condições equitativas, reforçando a importância de restrições à compra de imóveis por estrangeiros recíprocas.

Komeito

Baseado em sua experiência como ex-Ministro de Terras, Infraestrutura, Transporte e Turismo, Saito, líder do Komeito, observou que a questão das restrições à compra de imóveis por estrangeiros foi seriamente considerada dentro de seu partido e incluída em sua plataforma eleitoral, particularmente à luz das relações com a China.

Partido Democrático para o Povo

Tamaki, líder do Partido Democrático para o Povo, citou o Canadá como exemplo, onde compradores estrangeiros são tributados se comprarem casas para fins não residenciais ou especulativos. Seu partido pretende apresentar uma legislação sobre o assunto durante a sessão extraordinária de outono da Dieta, buscando implementar restrições à compra de imóveis por estrangeiros mais eficazes.

Reiwa Shinsengumi

Oishi, de Reiwa Shinsengumi, apontou para uma tendência global de indivíduos ultrarricos adquirindo propriedades em todo o mundo, levando a mercados imobiliários inflacionados e aluguéis inacessíveis. Ele pediu regulamentação internacional dessa acumulação de riqueza, abordando as restrições à compra de imóveis por estrangeiros sob uma ótica global.

Sanseito

Kamiya, líder do Sanseito, alertou que, sem restrições à compra de imóveis por estrangeiros, os cidadãos japoneses continuariam a ser superados por compradores estrangeiros, muitos dos quais não residem no Japão. Isso dificultaria a aplicação de impostos sobre herança ou propriedade e exacerbaria a desigualdade econômica.


A única oposição às restrições

Apenas o Partido Comunista Japonês se opôs à ideia de restringir compradores estrangeiros. A presidente Tamura argumentou que a verdadeira questão reside no investimento especulativo em si, e não na nacionalidade do investidor. Ela afirmou que visar especificamente estrangeiros é equivocado e que as regulamentações devem ser aplicadas universalmente àqueles que tratam imóveis como um ativo financeiro e não como um local para morar, defendendo uma visão mais abrangente sobre o mercado imobiliário em vez de focar nas restrições à compra de imóveis por estrangeiros.


Eleições cruciais e o futuro da moradia no Japão

O debate ressaltou a crescente preocupação pública com a acessibilidade à moradia e o papel do capital estrangeiro no mercado imobiliário nacional. As eleições de 20 de julho serão cruciais para definir a direção futura da política econômica e social do Japão, especialmente no que tange às restrições à compra de imóveis por estrangeiros e o direito à moradia.

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