Salário mínimo no Japão supera 1.000 ienes por hora em todas as prefeituras pela 1ª vez. Veja os impactos para os trabalhadores e a economia local.
O salário mínimo no Japão acaba de atingir um marco histórico: pela primeira vez, todas as 47 prefeituras do país vão adotar valores superiores a 1.000 ienes por hora. Essa medida visa proteger trabalhadores de baixa renda diante do aumento no custo de vida e reflete uma resposta direta à crise econômica causada pela inflação.
Aumento nacional no salário mínimo japonês
O salário mínimo médio nacional subiu 66 ienes — um aumento de 6,3% — alcançando 1.121 ienes por hora no ano fiscal de 2025. Essa é a maior alta já registrada desde o início do sistema atual, em 1978.
Os novos valores foram recomendados por painéis consultivos em todas as prefeituras, seguindo diretrizes do Ministério do Trabalho. Curiosamente, as prefeituras economicamente mais frágeis (classificação C) receberam uma recomendação de aumento maior, de 64 ienes, superando as prefeituras A e B.
Destaques regionais e implementações escalonadas
Entre os destaques, a Prefeitura de Kumamoto aprovou o maior aumento nominal: 82 ienes por hora. No entanto, Tóquio permanece com o maior salário mínimo do país: 1.226 ienes por hora. Em contrapartida, Kochi, Miyazaki e Okinawa apresentam os menores valores, ainda assim superando a marca de 1.023 ienes.
Apesar do anúncio, apenas 20 prefeituras aplicarão os novos valores já em outubro. Algumas, como Akita — que tinha o menor salário mínimo em 2024 (951 ienes) —, adiaram a implementação para março de 2026. Essa decisão poderá impactar diretamente a renda líquida dos trabalhadores locais.
Pressão política e impacto econômico
O avanço dos salários também foi impulsionado por uma atuação política ativa. Ryosei Akazawa, ministro da revitalização econômica, reuniu-se com governadores e incentivou ajustes superiores às recomendações nacionais. Essa movimentação revela um esforço político incomum para acelerar a recuperação econômica por meio do aumento do poder de compra da população.
Segundo dados do governo central, cerca de 6,6 milhões de pessoas no Japão recebem salário mínimo. Com o novo reajuste, estima-se que parte desses trabalhadores ainda sinta os efeitos da defasagem causada pelo adiamento em algumas regiões.
Conclusão
O aumento do salário mínimo no Japão é um marco social e econômico. Representa não só uma tentativa de combate à inflação, mas também um movimento em direção à valorização da mão de obra, mesmo com os desafios regionais e resistências empresariais.


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