Sanae Takaichi ocupa residência oficial após críticas por atraso em terremoto. Saiba como a mudança impacta a gestão de crises no governo do Japão.
A primeira-ministra Sanae Takaichi mudou-se para a residência oficial na última segunda-feira. A decisão ocorreu dois meses após sua posse em outubro. Inicialmente, a mudança sofreu atrasos devido à intensa agenda diplomática da líder. Atualmente, a segurança nacional exige maior proximidade entre o gabinete e a moradia.
A Importância da Residência Oficial para a Segurança
A residência oficial de Tóquio fica a apenas um minuto de caminhada do gabinete. Antes da mudança, Takaichi vivia em um dormitório parlamentar no distrito de Akasaka. O deslocamento exigia o uso constante de carros oficiais em trajetos urbanos.
Recentemente, um forte terremoto atingiu o nordeste japonês em 8 de dezembro. Naquela ocasião, a primeira-ministra demorou 35 minutos para chegar ao escritório central. O atraso gerou duras críticas da oposição parlamentar sobre a prontidão do governo. Como resultado, a agilidade na resposta a desastres tornou-se prioridade máxima na agenda política.
Histórico de Ocupação da Sede Governamental
O prédio histórico de tijolos foi construído no final da década de 1920. Além disso, o local presenciou tentativas de golpe de Estado na década de 1930. Por esse motivo, o edifício carrega um peso simbólico e histórico muito grande.
Entre 2012 e 2021, a estrutura permaneceu totalmente desocupada por quase nove anos. Primeiramente, Shinzo Abe e Yoshihide Suga optaram por não residir no local. Entretanto, Fumio Kishida retomou o hábito de morar na sede em 2021. Shigeru Ishiba, antecessor direto de Takaichi, também utilizou a estrutura durante seu curto mandato.
Desafios Logísticos e Críticas da Oposição
Yoshihiko Noda, ex-primeiro-ministro, foi o principal crítico da demora de Takaichi. No dia do sismo, o carro oficial da premiê não apareceu no horário previsto. Ela precisou de uma escolta de segurança para alcançar o gabinete ministerial. No entanto, fontes próximas afirmam que o calendário parlamentar impedia a organização da mudança.
Por exemplo, as sessões legislativas exigiam presença constante da primeira-ministra em debates. Agora, a proximidade física visa eliminar falhas de comunicação em situações de emergência. A mudança busca garantir que a liderança japonesa esteja sempre disponível para decisões urgentes.
Em conclusão, a ocupação da residência oficial reflete uma tentativa de estabilidade administrativa. O governo deseja evitar novos episódios de atraso em momentos críticos de segurança.
**Portal Mundo-Nipo**
Sucursal Japão
Jonathan Miyata é Correspondente Internacional do Canal Mundo-Nipo em Tóquio. Graduado em Jornalismo pela Universidade de São Paulo e com Pós-Graduação em Estudos Asiáticos pela Universidade de Tóquio (Todai). Atua na cobertura de política, tecnologia e cultura japonesa há mais de 8 anos, com passagens pelo grupo Abril antes de integrar o Mundo-Nipo.
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