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Segurança Aquática no Japão Atenção Redobrada a Estrangeiros

- 18 de julho de 2025
Informe-se sobre segurança aquática no Japão, riscos para estrangeiros e dicas essenciais para evitar afogamentos em rios e no mar. Palavras-chave relacionadas.

Informe-se sobre segurança aquática no Japão, riscos para estrangeiros e dicas essenciais para evitar afogamentos em rios e no mar. Palavras-chave relacionadas.

O Japão, enfrentando ondas de calor intenso, tem registrado um aumento preocupante de acidentes aquáticos em todo o país. Um aspecto notável desses incidentes é o crescente número de estrangeiros entre as vítimas, reflexo do aumento no fluxo de trabalhadores e turistas internacionais para o Japão. Governos locais e diversas organizações estão implementando medidas preventivas para mitigar esses acidentes envolvendo estrangeiros, com foco na consideração de diferenças culturais e hábitos.

Riscos Aquáticos e a Necessidade de Conscientização

Em junho de 2024, dois cidadãos vietnamitas foram levados pela correnteza na praia de Katakai, em Kujukuri, província de Chiba. Tragicamente, um homem birmanês que visitava uma praia em Tsuruga, província de Fukui, com a intenção de nadar, acabou se afogando. Dados do Projeto Umi no Sonae da Fundação Nippon revelaram que, entre 1º de julho e 31 de agosto de 2024, a mídia noticiou 229 acidentes aquáticos, envolvendo 265 pessoas, com 172 fatalidades. Aproximadamente 10% das vítimas fatais eram estrangeiros, sendo quase metade dos afogamentos em rios e cerca de 40% no mar. Alguns desses acidentes ocorreram em áreas onde o banho era proibido e não havia medidas de segurança adequadas. Em certas situações, os estrangeiros envolvidos desconheciam as normas de segurança nas áreas costeiras. Contudo, essa não é a única causa subjacente a esses trágicos eventos.

Nível de Habilidade de Natação e Fatores Culturais

Uma análise de dados da OCDE divulgada em 2019 revelou disparidades significativas nas habilidades de natação entre diferentes nacionalidades. Enquanto na Suécia 90% das pessoas com 15 anos ou mais declararam saber nadar sozinhas, no Japão esse percentual era de 60%, caindo para 40% no Vietnã e apenas 20% no Nepal. Países escandinavos e a Holanda apresentaram taxas de 90% ou superiores, com a Suécia liderando. Em contraste, países africanos e asiáticos geralmente apresentavam proporções menores. Entre os principais países de origem de residentes estrangeiros no Japão, a porcentagem de pessoas que sabiam nadar ficava em torno de 50% na Tailândia, seguida por Vietnã, Filipinas e Indonésia na faixa de 40%, Mianmar e Índia na faixa de 30%, e China e Nepal com cerca de 20%. Acredita-se que fatores como a disponibilidade de educação escolar, a existência de piscinas e outras instalações aquáticas, ou um ambiente natural propício ao contato com a água, influenciam significativamente essas estatísticas.

Um nepalês de 30 anos, trabalhando em um café em Nagoya e recém-chegado ao Japão em junho de 2024, compartilhou: “Tenho alguma experiência em nadar em rios, mas nem todos no meu país têm essa oportunidade”. Ele expressou seu entusiasmo em relação ao oceano japonês, algo inexistente no Nepal. Para banhistas inexperientes, aventurar-se em águas desconhecidas apresenta riscos consideráveis. Adicionalmente, o Japão possui características geográficas e naturais únicas. As correntes fluviais podem ser complexas e tornar-se rapidamente perigosas, diferentemente das correntes mais lentas encontradas em outros lugares.

Medidas Preventivas e Orientações de Segurança Aquática

Na província de Gifu, conhecida por seus diversos locais de lazer fluvial, sete estrangeiros perderam a vida em acidentes aquáticos em 2024. Em resposta a essa situação alarmante, o governo provincial elaborou folhetos informativos em seis idiomas, detalhando as características específicas dos rios japoneses, como serem “profundos”, “rápidos” e “escorregadios”, além de fornecer orientações cruciais de segurança. Durante o verão, a prefeitura estabeleceu parcerias com empresas que empregam estrangeiros, voluntários engajados na promoção de uma sociedade multicultural inclusiva e líderes em iniciativas de prevenção de desastres, com o objetivo de disseminar essas importantes precauções. Um representante da divisão de promoção da diversidade e inclusão do governo da prefeitura enfatizou a importância de uma comunicação eficaz, solicitando o apoio de pessoas diretamente ligadas aos estrangeiros para atuarem como elo de comunicação. Mas, afinal, quais são os pontos cruciais que nadadores inexperientes devem observar para garantir sua segurança?

O professor Hidetoshi Saitoh, da escola de pós-graduação da Universidade de Tecnologia de Nagaoka e diretor da Sociedade de Resgate Aquático e Pesquisa de Sobrevivência, ressalta a importância de verificar a profundidade de rios e do mar antes de entrar na água. Entre os acidentes envolvendo estrangeiros, é comum encontrar casos de afogamento em águas profundas após saltarem em rios, muitas vezes enganados pela transparência da água. No mar, é fundamental estar atento à variação da profundidade com a chegada das ondas. O professor Saitoh também aconselha que, ao se divertir em rios e no mar, a água não deve ultrapassar a altura dos joelhos. Ele enfatiza que a ação mais crucial para preservar a vida em situações de risco na água é “flutuar e esperar”. Caso alguém caia na água ou esteja prestes a ser arrastado, a recomendação é não tentar nadar contra a corrente, mas sim aguardar por ajuda enquanto flutua de barriga para cima. “Está tudo bem mesmo que você não saiba nadar. Na verdade, é melhor não tentar nadar”, explica Saitoh. Essa técnica é amplamente ensinada em escolas primárias e em outros contextos no Japão, como parte da educação em segurança, incluindo a prática de nadar com roupas.

Desde 2011, a Sociedade de Resgate Aquático e Pesquisa de Sobrevivência tem disseminado a técnica de “flutuar e esperar” em países do Sudeste Asiático, auxiliando na proteção contra desastres causados por inundações. A organização já realizou treinamentos nas Filipinas, Tailândia, Indonésia e em outros locais, além de oferecer aulas em escolas de natação para adultos. “Se aumentarmos o número de pessoas que recebem esse tipo de educação, o número de acidentes fatais diminuirá, mesmo que elas não saibam nadar”, afirma Saitoh. “Nosso trabalho é continuar com esses esforços de forma constante.”

As diferenças educacionais, culturais e ambientais entre os países são vastas. É imprescindível comunicar de forma clara e cuidadosa as informações sobre os diversos riscos aquáticos aos estrangeiros, evitando qualquer presunção de familiaridade com as condições no Japão.

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