Governo Iniciará Endurecimento para Emissão de Novos Vistos

O governo japonês, sob a liderança da primeira-ministra Sanae Takaichi, iniciou discussões formais para endurecer as políticas de imigração no Japão. Um painel de especialistas foi encarregado de finalizar novas diretrizes até janeiro de 2026, visando aliviar “ansiedades públicas”. O plano inclui limitar o número de admissões no país, afetando diretamente vistos de trabalho essenciais. Além dos já controlados vistos de “Trabalhador Qualificado Específico”, o governo considera impor tetos ao popular visto de “Engenheiro/Especialista em Ciências Humanas”, citando o uso indevido dessa categoria para trabalhos não qualificados. A medida reflete pressões políticas da coalizão governista e crescentes tensões sociais, apesar da necessidade econômica de mão de obra estrangeira.

Ministro da Justiça busca implementar o programa Plano Zero de Imigrantes Ilegais

A recente proposta do governo japonês para o controle imigratório, conhecida como Plano Zero Japão, enfrenta forte resistência política e social. O parlamentar Katsuyuki Shibata, do Partido Democrático Constitucional (PDC), criticou duramente a medida. Segundo reportagem do jornal Sankei, Shibata alerta que o nome escolhido para o plano pode estimular a discriminação e alimentar sentimentos xenófobos no país.

Críticas ao impacto social do Plano Zero Japão
Para Shibata, o termo utilizado na proposta reforça uma percepção equivocada de que estrangeiros em situação irregular representam automaticamente uma ameaça à sociedade.

“Para o cidadão comum, o nome sugere que essas pessoas representam um risco à segurança pública. Isso incentiva a ideia de que precisam ser eliminadas”, argumentou o parlamentar. Ele classifica como preocupante a contribuição do governo para alimentar posturas de exclusão social através do Plano Zero Japão.

A realidade dos imigrantes e a estigmatização
Outro ponto de tensão levantado é a generalização perigosa. A categoria “imigrantes ilegais”, muitas vezes alvo dessas políticas, inclui diversos grupos vulneráveis que não deveriam ser tratados como criminosos. Entre eles estão:

Solicitantes de refúgio que não tiveram o pedido reconhecido;

Vítimas de violência doméstica;

Vítimas de tráfico de pessoas;

Indivíduos que desconhecem os complexos procedimentos de imigração.

Shibata critica a ideia de colocar todos no mesmo grupo como “potencial ameaça criminosa”, pois isso não condiz com a realidade. Como alternativa menos estigmatizante ao Plano Zero Japão, ele sugeriu o uso do termo “não residentes regulares” (非正規滞在者).

Advogado de formação, o parlamentar ressaltou que, embora a permanência irregular seja uma violação da Lei de Imigração, isso não significa que essas pessoas cometam mais crimes comuns. “Pelo contrário: muitos evitam qualquer tipo de confusão, porque sabem que até pequenos incidentes podem levar à prisão”, afirmou. Dados indicam que a taxa de delitos entre este grupo (excluindo infrações migratórias) é frequentemente mais baixa do que entre japoneses ou estrangeiros com visto regular.

Governo justifica o endurecimento do controle
Em resposta às críticas sobre os efeitos negativos do Plano Zero Japão, Hiraguchi, representando o governo, reconheceu as percepções divergentes. No entanto, insistiu na necessidade de responder às inquietações crescentes da sociedade.

“Tem aumentado a inquietação em relação a estrangeiros que não cumprem as regras. O Parlamento também tem pedido medidas firmes. Para quem está em situação irregular, é necessário que passe a seguir a lei; por isso adotamos esse plano”, declarou.

Apesar dos alertas da oposição, o ministro reiterou que o objetivo não é promover a exclusão, mas garantir que o controle imigratório funcione estritamente conforme previsto na legislação.

Sanseito propõe lei antiespionagem e endurece regras para estrangeiros no Japão

O partido Sanseito anunciou propostas legislativas que incluem uma lei antiespionagem e medidas mais rígidas para estrangeiros, alinhadas ao projeto “Japonês Primeiro”. A iniciativa ocorre em meio à eleição presidencial do PLD e pode influenciar alianças políticas na Dieta. A possível convergência com Sanae Takaichi levanta debates sobre nacionalismo e segurança no Japão.

Trabalhadores Estrangeiros no Japão Recorde e os Desafios do Emprego Ilegal

O Japão atingiu um recorde de 2,3 milhões de trabalhadores estrangeiros, impulsionado pela necessidade de mão de obra. No entanto, este marco é ofuscado pelo aumento do emprego ilegal e pela exploração de estagiários por corretores. O governo planeja uma grande reforma para 2027, buscando oferecer mais direitos e segurança. Este artigo analisa os desafios atuais, as falhas do sistema de estágio técnico e as mudanças propostas para o futuro do trabalho estrangeiro no país.

Trabalhadores estrangeiros enfrentam desafios e desaparecimentos no Japão

O Japão registrou um recorde de trabalhadores estrangeiros em 2023, mas também enfrenta aumento de desaparecimentos e emprego ilegal. Estagiários técnicos, especialmente vietnamitas, são atraídos por promessas de salários altos, mas acabam vítimas de exploração e abusos. O governo planeja reformar o sistema atual, mas especialistas alertam para a necessidade de fiscalização rigorosa e proteção efetiva aos imigrantes.