O orçamento do Japão terá recorde de 122 trilhões de ienes. Entenda como o aumento dos juros e da previdência impacta a economia japonesa em 2026.
O governo da primeira-ministra Sanae Takaichi aprovou o orçamento do Japão para o próximo ano fiscal. O valor total chega a 122,3 trilhões de ienes. Esse montante representa um recorde histórico para as despesas do país. A inflação e o aumento dos juros impulsionaram esses gastos. Além disso, o governo priorizou a defesa nacional e investimentos em tecnologia.
Impacto das taxas de juros no serviço da dívida
O cenário econômico japonês passa por mudanças profundas. A dívida pública em circulação já ultrapassa 1.000 trilhões de ienes. Com isso, o custo dos juros tornou-se uma preocupação central.
As taxas de longo prazo atingiram 2,1% recentemente. Esse nível não era visto há cerca de 27 anos no país. Primeiramente, o Banco do Japão elevou as taxas de referência. Como resultado, o governo previu juros de 3,0% para o serviço da dívida em 2026.
Esse ajuste elevará os pagamentos de juros em 2,5 trilhões de ienes. No total, o país gastará 13 trilhões apenas com encargos. O aumento dos juros consome um terço do crescimento total do orçamento.
Previdência social e o envelhecimento populacional
A estrutura de gastos reflete o desafio demográfico japonês. Os custos com a previdência social representam 30% de todas as despesas. Esse setor receberá um acréscimo de 700 bilhões de ienes.
Além disso, o governo busca apoiar hospitais em dificuldades financeiras. O envelhecimento da população exige repasses constantes e volumosos. No entanto, as medidas de economia no sistema de saúde são tímidas. Espera-se economizar apenas 150 bilhões com revisões de benefícios.
A arrecadação de impostos deve atingir 83,7 trilhões de ienes. Mesmo assim, o financiamento total ainda está muito aquém do necessário.
Investimentos em defesa e inteligência artificial
O orçamento do Japão também foca em segurança e inovação. Os gastos com defesa ultrapassarão 9 trilhões de ienes pela primeira vez. Por exemplo, haverá alocações massivas para semicondutores e inteligência artificial.
A primeira-ministra destinou 1,9 trilhão para áreas de crescimento estratégico. Ela defende que programas essenciais estejam no orçamento inicial. Isso visa evitar a dependência excessiva de orçamentos suplementares.
A nova emissão de títulos chegará a 29,5 trilhões de ienes. Esse valor é maior do que o planejado anteriormente. A gestão das finanças públicas exige agora um senso de crise rigoroso. Em conclusão, o equilíbrio entre crescimento e responsabilidade fiscal será o grande teste.


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Sucursal Japão
Jonathan Miyata é Correspondente Internacional do Canal Mundo-Nipo em Tóquio. Graduado em Jornalismo pela Universidade de São Paulo e com Pós-Graduação em Estudos Asiáticos pela Universidade de Tóquio (Todai). Atua na cobertura de política, tecnologia e cultura japonesa há mais de 8 anos, com passagens pelo grupo Abril antes de integrar o Mundo-Nipo.
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