
Tarifas de Trump contra o Japão geram crise diplomática e expõem desafios do premiê Ishiba com os EUA. Entenda os impactos e os bastidores das negociações.
As tarifas de Trump contra o Japão provocaram fortes reações em Tóquio e colocaram à prova a habilidade diplomática do primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba. Com medidas que afetaram diretamente a principal exportação japonesa – os automóveis – o impacto sobre a economia do país foi imediato e significativo.
A surpresa das tarifas elevadas
Quando o então presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifas de até 25% sobre automóveis e 10% sobre outras exportações japonesas, Tóquio foi pega de surpresa. Uma tarifa base ainda se mantém, apesar da suspensão parcial anunciada por Trump em abril.
“Nunca imaginamos que uma tarifa tão alta seria imposta”, afirmou um alto funcionário do governo japonês.
A relação entre Trump e Ishiba: expectativa vs. realidade
Embora a visita de Ishiba a Washington em fevereiro tenha sido considerada positiva por não exigir aumento em gastos militares, a imposição posterior das tarifas foi chamada de “crise nacional” pelo próprio primeiro-ministro. O otimismo que existia em relação ao governo Trump foi rapidamente substituído por tensão e incerteza.
Falta de experiência diplomática e seus efeitos
Ao contrário de seu antecessor, Shinzo Abe, que manteve um relacionamento estreito com Trump, Ishiba carece de habilidade diplomática. Sua hesitação em encontros com líderes internacionais e dificuldade de comunicação direta comprometeram sua eficácia.
Apoio dos bastidores: a força da burocracia japonesa
Dois fatores, no entanto, jogam a favor do Japão:
- Scott Bessent, Secretário do Tesouro americano na época, conhece profundamente o Japão e tem uma abordagem analítica;
- Burocratas japoneses, especialmente no Ministério das Relações Exteriores, fornecem suporte contínuo e especializado, independentemente de mudanças políticas.
O papel de Masataka Okano e o futuro das negociações
O Conselheiro de Segurança Nacional, Masataka Okano, com experiência anterior na Embaixada japonesa nos EUA, lidera os esforços diplomáticos. Ishiba, por sua vez, promete adotar uma abordagem governamental unificada para enfrentar as políticas protecionistas de Trump.


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