Terremoto de 8.8 abala Kamchatka e Ilhas Curilas com ondas de tsunami e evacuações. Região resiste com eficiência e poucos feridos.
Um poderoso terremoto de magnitude 8.8 atingiu a costa do Extremo Oriente da Rússia nesta quarta-feira, provocando ondas de tsunami, cortes de energia e evacuações em áreas vulneráveis. Apesar do impacto, autoridades locais informaram que não houve grandes danos, graças à resposta rápida e eficiente.
Kamchatka sob impacto, mas preparada
Conhecida como terra de fogo e gelo, a Península de Kamchatka é uma das regiões vulcânicas mais ativas do planeta, com cerca de 300 vulcões, sendo 29 ainda ativos. O terremoto ocorreu às 11h24 no horário local, com epicentro a 120 km da capital regional Petropavlovsk-Kamchatsky, localizada na Baía de Avacha. A profundidade foi de cerca de 21 km.
A península, voltada ao Oceano Pacífico, possui difícil acesso terrestre. Helicópteros são o principal meio de locomoção. A pesca é a base econômica, e há presença estratégica de uma base de submarinos nucleares.
O vulcão Klyuchevskaya Sopka, o maior ativo do Hemisfério Norte, já vinha emitindo sinais de erupção, com lava visível e explosões registradas dias antes.
Ilhas Curilas e os reflexos históricos
As Ilhas Curilas, localizadas entre Kamchatka e Hokkaido, foram igualmente atingidas. Disputadas entre Rússia e Japão desde o fim da Segunda Guerra Mundial, as ilhas possuem uma população de cerca de 20 mil habitantes, dependente da pesca.
Severo-Kurilsk, principal cidade do arquipélago, teve áreas evacuadas. As ondas do tsunami inundaram um porto e arrastaram barcos. A energia foi interrompida em algumas zonas, e técnicos avaliam os danos estruturais.
Resposta rápida salvou vidas
Apesar do abalo intenso e das ondas que chegaram a 15 metros em áreas isoladas, a maioria das áreas povoadas registrou marés de até 6 metros. Petropavlovsk-Kamchatsky foi protegida por sua localização geográfica, o que evitou tragédias maiores.
Vídeos locais mostram salas de cirurgia tremendo durante procedimentos. Em um hospital, um paciente se feriu ao pular de uma janela durante a evacuação. Segundo o departamento regional de saúde, todos os feridos estão em condição estável.
Equipes de emergência evacuaram turistas de praias vulcânicas e inspecionaram cerca de 600 prédios residenciais, não havendo necessidade de evacuações em massa.
Observadores relataram que leões-marinhos fugiram em massa de ilhas próximas momentos antes do tremor, sinalizando o instinto animal diante de fenômenos naturais.
Um teste superado pela infraestrutura russa
O Kremlin afirmou que os alertas foram eficazes, os prédios resistiram e a evacuação foi ágil. Apesar do susto, a resposta coordenada evitou perdas maiores.


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