
Descubra o papel vital dos trabalhadores estrangeiros no Japão para as PMEs, desafios e as recentes reformas governamentais para garantir um futuro de coexistência.
O Japão enfrenta uma crescente escassez de mão de obra, e os trabalhadores estrangeiros no Japão têm se tornado um recurso vital, especialmente para as pequenas e médias empresas (PMEs). Atualmente, mais da metade dos 2,3 milhões de trabalhadores estrangeiros empregados no país estão em empresas com menos de 100 funcionários. Essa realidade, embora essencial, também trouxe desafios como a concentração em grandes cidades e a piora das condições de trabalho para alguns.
O Impacto dos Trabalhadores Estrangeiros em Empresas Japonesas
Empresas como a Koganei Seiki Co., em Saitama, ilustram o sucesso da integração dos trabalhadores estrangeiros no Japão. Com 40 funcionários vietnamitas, todos com vistos de “Engenheiro/Especialista em Humanidades/Serviços Internacionais”, a empresa se beneficia de suas habilidades de alto nível em programação e operação de equipamentos de fabricação. Yusuke Kamoshita, presidente da Koganei Seiki, destaca a capacidade desses profissionais, formados em universidades de primeira linha.
Outro exemplo notável é a Todaya, uma tradicional pousada ryokan em Toba, Mie. Com 37 trabalhadores estrangeiros no Japão de 11 países, incluindo China e Mianmar, a pousada valoriza a fluência em inglês de muitos deles para atender turistas internacionais. O presidente Junzaburo Terada enfatiza a importância de ensinar-lhes os costumes, a etiqueta e a cultura japonesas para garantir a satisfação dos hóspedes.
Aumento Constante de Trabalhadores Estrangeiros no Japão
Dados do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar revelam um crescimento significativo no número de trabalhadores estrangeiros no Japão. De 787.000 em 2014, o número saltou para 1,658 milhão em 2019 e atingiu 2,302 milhões em 2024. Esse aumento demonstra a crescente dependência do Japão da mão de obra estrangeira.
Desafios e Reformas no Sistema de Vistos
Desde 1993, o programa de treinamento de estágios técnicos permitiu que trabalhadores estrangeiros no Japão adquirissem habilidades profissionais. No entanto, cerca de 470.000 dos 2,3 milhões de trabalhadores estrangeiros são estagiários técnicos que enfrentam problemas como longas jornadas e falta de pagamento de salários. Em 2023, o número de estagiários desaparecidos atingiu um recorde de 9.753, segundo a Agência de Serviços de Imigração.
Para solucionar essas questões e incentivar uma permanência mais longa, o governo japonês planeja abolir o sistema de estágios técnicos até 2027. Uma nova categoria de residente, “treinamento e emprego”, permitirá que os trabalhadores estrangeiros no Japão mudem de emprego após um ou dois anos, em contraste com a restrição de três anos no sistema atual. Contudo, empresas em oito prefeituras, incluindo Tóquio e Osaka, provavelmente serão impedidas de contratar a nova categoria de trabalhadores que se transferem de áreas rurais.
Concentração Geográfica e Perspectivas Futuras
A maioria dos trabalhadores estrangeiros no Japão tende a se concentrar em grandes centros urbanos. Em 2024, Tóquio abrigava 585.000 trabalhadores estrangeiros (25,4% do total), seguida pela Prefeitura de Aichi com 229.000 (10%) e Osaka com 174.000 (7,6%). Em contraste, a Prefeitura de Akita registrou o menor número, com apenas 3.536 (0,2%).
A perspectiva demográfica do Japão, com a população em idade ativa projetada para diminuir de mais de 75 milhões em 2020 para 55,4 milhões em 2050, torna a integração e a coexistência entre trabalhadores japoneses e trabalhadores estrangeiros no Japão ainda mais crucial. Tomoya Suzuki, do Instituto de Pesquisa NLI, enfatiza a necessidade de uma perspectiva harmoniosa para manter a sociedade e a economia japonesas, especialmente em setores com grave escassez de mão de obra, como transporte e assistência de enfermagem.


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