
Turismo sexual em Tóquio cresce com vídeos virais, atraindo estrangeiros a Kabukicho e gerando alerta sobre saúde, segurança e legislação.
Atrações icônicas como a estátua gigante de Godzilla no coração de Kabukicho, em Tóquio, dividem espaço com uma realidade menos comentada: o aumento do turismo sexual em Tóquio, especialmente entre estrangeiros. Jovens mulheres no Parque Okubo, com celulares em mãos, ilustram um fenômeno em ascensão ligado ao impacto das redes sociais e à precariedade econômica.
Redes sociais impulsionam o turismo sexual
Plataformas como TikTok e Bilibili são apontadas como principais meios de divulgação do turismo sexual em Kabukicho. Vídeos — muitos gravados sem consentimento — viralizam, atraindo turistas estrangeiros, principalmente da Coreia do Sul, China, Taiwan, América do Norte e Europa. A comunicação acontece via tradutores automáticos e mensagens como “quanto custa?” são comuns.
Preço, crise e estrangeiros como clientela preferencial
Segundo relatos, os serviços variam de ¥15.000 a ¥30.000 (cerca de US$ 105 a 210), com estrangeiros pagando mais e negociando menos. A crise econômica japonesa e o aumento do custo de vida pressionam os preços para baixo, sobretudo por clientes locais. Profissionais do sexo, como Ria e Azu, relatam maior segurança ao atender estrangeiros, considerados menos arriscados.
Abrigos e riscos invisíveis
No abrigo Rescue Hub, criado por uma ONG local, jovens como Ria e Azu encontram abrigo e apoio. A diretora da organização, Arata Sakamoto, alerta para riscos sérios à saúde física e mental: doenças sexualmente transmissíveis, gravidezes indesejadas, abusos e até roubo dos ganhos. A falta de legislação protetiva para as trabalhadoras expõe ainda mais sua vulnerabilidade.
Reação das autoridades e lacunas legais
A polícia intensificou as patrulhas na região desde dezembro, o que dispersou a atuação das profissionais. No Japão, apenas atos com penetração são legalmente proibidos, e penalidades recaem sobre as mulheres, não os clientes. Sakamoto defende uma revisão da legislação que inclua punições para consumidores de sexo pago e campanhas educativas em aeroportos e áreas turísticas.


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