O presidente chinês, Xi Jinping planeja visitar o Japão em junho para participar de cúpula do Grupo das 20 principais economias, este ano no que será sua primeira viagem ao país desde que chegou ao poder em 2013, o chanceler Taro Kono disse segunda-feira.
Espera-se também que a visita seja uma oportunidade para o primeiro-ministro Shinzo Abe realizar seu primeiro encontro com Xi desde uma cúpula em Buenos Aires em novembro.
Kono disse que concordou com Wang em trabalhar para o sucesso da cúpula, marcada para ser realizada em Osaka, e impulsionar a cooperação entre os dois países em várias questões globais.
“Para estabilizar as relações Japão-China no sentido mais verdadeiro, é necessária uma ação positiva da China no Mar da China Oriental”, acrescentou Kono. Uma disputa sobre as ilhas Senkaku, desabitadas e controladas pelos japoneses, que a China reivindica e chama Diaoyu, continua sendo uma fonte de tensão entre os dois países.
O ministro japonês disse que também pediu à China para suspender as restrições às importações de alimentos japoneses que foram postas em prática após o desastre nuclear de Fukushima, em 2011.
Em novembro, a China removeu a proibição do arroz cultivado na província de Niigata, a mais de 200 quilômetros da usina nuclear de Fukushima, e mostrou disposição de aliviar restrições a outros alimentos japoneses comprovadamente seguros com base em avaliações científicas.
Em um golpe na indústria pesqueira do Japão, a Organização Mundial do Comércio (OMC) decidiu nesta quinta-feira que a Coréia do Sul poderia manter sua proibição de importação de frutos do mar japoneses, revertendo uma decisão anterior que pedia a suspensão da proibição.
Acredita-se que Kono e Wang tenham discutido a retomada das conversações sobre um projeto conjunto de desenvolvimento de gás no Mar da China Oriental, baseado em um acordo bilateral de 2008 que, desde então, estagnou.
No domingo, os dois co-presidiram um diálogo econômico de alto nível com o objetivo de aprofundar a cooperação em um momento em que o crescimento global está desacelerando.
Na reunião, que contou com a participação de uma dezena de ministros de ambos os lados, o Japão manifestou preocupação com a falta de proteção dos direitos de propriedade intelectual na China. Enquanto isso, Pequim pediu que Tóquio invista em projetos de infraestrutura como parte de sua iniciativa Belt and Road.
Kono disse a repórteres no domingo que os dois países concordaram em assinar um pacto de quarentena que é uma pré-condição para pôr fim à proibição de importação de carne bovina da China, imposta em 2001, quando o primeiro caso de doença da vaca louca foi detectado no Japão.
Seis ministros de cada país sentaram-se juntos por quase quatro horas em uma tentativa de encontrar maneiras de criar um ambiente mais favorável para as empresas que fazem negócios no país um do outro.
Eles lidaram com uma série de questões econômicas, incluindo o roubo de propriedade intelectual, que se transformou em uma guerra tarifária direta entre os Estados Unidos e a China.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da China, Pequim encorajou Tóquio a investir em projetos de infraestrutura sob a iniciativa de desenvolvimento “One Belt, One Road” da Xi, que se estende por toda a Ásia, Oriente Médio, Europa e África.
A China também expressou preocupação com as decisões das empresas de telecomunicações japonesas de excluir a Huawei Technologies Co. e a ZTE Corp. dos contratos, em meio a preocupações de alguns países desenvolvidos com as violações de segurança, disse Kono.
Fonte: KYODO
https://www.japantimes.co.jp/news/2019/04/15/national/politics-diplomacy/beijing-taro-kono-chinese-premier-li-keqiang-discuss-possible-xi-visit-japan-g20/#.XLSeZehKjIU.
