E se você pudesse compartilhar a textura do tecido, a sensação de dedilhar uma corda de violão ou moldar a argila com outra pessoa a milhares de quilômetros de distância?
Pesquisadores japoneses da NTT Docomo, Keio University e do Nagoya Institute of Technology tornaram isso uma realidade.
Os pesquisadores desenvolveram o que afirmam ser a primeira tecnologia de “compartilhamento de sensações” do mundo, que permite aos usuários enviar movimentos ou sensações táteis digitalmente por meio de um sensor remoto e reproduzi-los em pequenas e sutis vibrações.
Hironori Ishikawa, funcionário da NTT Docomo que supervisiona o projeto, disse que o desenvolvimento ampliará o potencial da comunicação humana.
“Temos nos comunicado por meio de palavras, imagens e música, mas não acho que conseguimos ver o quadro completo apenas com esses fatores”, disse Ishikawa.
A tecnologia “Feel Tech” detecta o toque físico de uma pessoa por meio de um dispositivo, envia os dados on-line por meio da plataforma de aumento humano da Docomo e recria a sensação em outro dispositivo para que outra pessoa sinta.
A tecnologia também é capaz de ajustar os dados sensoriais para que o destinatário possa sentir o “toque” sendo transmitido com mais clareza. A Docomo planeja implementar redes móveis 6G para garantir que as sensações transmitidas estejam sincronizadas com a filmagem exibida.
Os compradores online, por exemplo, poderão usar a tecnologia para sentir diferentes tipos de tecidos usados nas roupas e julgar sua qualidade.
Ishikawa disse que a tecnologia também permite que as pessoas compartilhem habilidades e técnicas. Os artesãos, por exemplo, podem compartilhar remotamente seu ofício com outras pessoas, o que ele espera que possa ajudar a aliviar o problema do número decrescente de sucessores. A tecnologia também pode ser usada de forma semelhante por médicos para compartilhar seus conhecimentos.
A partir do próximo ano, a Docomo planeja desenvolver ainda mais a tecnologia para que as pessoas possam compartilhar outras experiências sensoriais, como paladar, audição e emoções.
“Dessa forma, podemos tentar entender completamente como os outros estão se sentindo e, ao fazê-lo, esperamos contribuir para resolver problemas sociais como o assédio”, acrescentou Ishikawa.