Crédito: Japan Times – 31/03/2023 – Sexta
O Japão e a China terminaram de estabelecer uma linha direta militar destinada a reduzir as tensões entre as duas maiores economias da Ásia, pouco antes de uma rara reunião de seus ministros das Relações Exteriores em Pequim.
A instalação de equipamentos e linhas foi concluída, informou sexta-feira o Ministério da Defesa em comunicado, chamando-lhe um “mecanismo de ligação” que vai criar confiança entre os militares e evitar situações imprevistas.
O Ministério da Defesa da China emitiu simultaneamente um comunicado, dizendo que a linha direta fortaleceria a capacidade de ambos os países de controlar crises marítimas e aéreas e ajudar a manter a paz e a estabilidade regionais.
O ministro das Relações Exteriores, Yoshimasa Hayashi, deve se encontrar com seu homólogo chinês, Qin Gang, durante uma visita de dois dias a partir de sábado, na primeira viagem desse tipo do principal enviado diplomático de Tóquio ao vizinho em cerca de três anos.
As tensões entre os dois países aumentaram quando o Japão anunciou na sexta-feira que expandiria as restrições às exportações de 23 tipos de tecnologias de ponta para fabricação de chips, enquanto os EUA intensificam os esforços para limitar o acesso da China ao principal know-how de semicondutores.
A decisão de Tóquio segue-se a meses de lobby dos EUA para que o Japão se junte a ela no aperto das remessas de ferramentas de semicondutores para a China. O Japão e a Holanda concordaram em princípio em fazer parte do esforço dos EUA, mas procuraram traçar um caminho intermediário entre as duas superpotências.
Os planos para a linha direta estão em andamento há algum tempo. O presidente chinês Xi Jinping e o primeiro-ministro Fumio Kishida concordaram em sua reunião em Bangcoc em novembro em acelerar as negociações sobre o mecanismo.
Os laços entre os vizinhos foram desgastados por uma disputa sobre as ilhas do Mar da China Oriental conhecidas como Senkakus no Japão e Diaoyu na China. Navios do governo dos dois países se perseguem quase diariamente na área.
O Ministério da Defesa emite boletins sobre incursões de embarcações militares chinesas em suas águas territoriais.
Foto: Japan Times (O vice-ministro das Relações Exteriores da China, Sun Weidong (à esquerda), participa de uma reunião com o ministro das Relações Exteriores, Yoshimasa Hayashi, em Tóquio, em fevereiro. | PISCINA / VIA AFP-JIJI)