Crédito: Japan Times – 24/05/2023 – Quarta
Com o término da cúpula dos líderes do Grupo dos Sete na província de Hiroshima, as especulações no mundo político do Japão sobre o possível momento de uma eleição estão esquentando.
Mas, independentemente de o primeiro-ministro Fumio Kishida convocar uma eleição antes do término da sessão parlamentar em 21 de junho, os principais partidos não estão esperando, em vez disso, anunciam planos eleitorais e garantem candidatos enquanto procuram cooperar ou competir uns contra os outros.
A próxima eleição geral será a primeira sob um novo plano de redistritamento. Dez prefeituras, em sua maioria rurais, perderão uma cadeira distrital na Câmara dos Deputados. Cinco novos assentos serão adicionados a Tóquio, dois serão adicionados à vizinha Prefeitura de Kanagawa e um para cada uma das prefeituras de Saitama, Chiba e Aichi.
Essas mudanças forçaram todos os partidos a se ajustarem e, à medida que a possibilidade de uma votação antecipada se aproxima, eles se encontram em diferentes estágios de preparação.
Para o governista Partido Liberal Democrático, que deve manter a maioria após a eleição, o novo plano distrital está criando atrito com o parceiro de coalizão Komeito sobre uma das cinco novas cadeiras em Tóquio.
Komeito anunciou que apresentará seu próprio candidato no novo distrito de Tóquio. Mas isso irritou o LDP, que tem planos de apresentar seu próprio candidato. Normalmente, os dois partidos concordam antes de uma eleição quais candidatos concorrerão em quais distritos. Como o LDP e o Komeito contam com a base de apoio um do outro dentro de um distrito para obter os votos necessários, uma disputa sobre a cadeira de Tóquio pode dificultar a cooperação para eles em outros distritos.
Embora Kishida tenha o critério exclusivo de decidir quando dissolver a Câmara Baixa para uma eleição antecipada, outras vozes poderosas do LDP estão agora pedindo cautela para não fazer a mudança muito rapidamente. Falando na quarta-feira sobre as chances de uma dissolução antecipada do parlamento e uma eleição, o chefe de política do LDP e chefe do capítulo de Tóquio, Koichi Hagiuda, parecia ser a favor de esperar um pouco mais, dizendo que há coisas que precisam ser resolvidas primeiro.
Os líderes do LDP e do Komeito continuam trabalhando para resolver seu impasse sobre a sede de Tóquio. Mas eles também estão preocupados com Osaka, devido à ascensão da Nippon Ishin no Kai, que tem sede lá. O LDP se saiu mal contra o partido nas eleições locais de Osaka no mês passado e está tentando reconstruir sua base em Osaka.
Komeito está especialmente ansioso para ganhar os novos assentos criados pelo redistritamento por causa de preocupações com a perda dos seis assentos que eles têm atualmente nas prefeituras de Osaka e Hyogo, devido à ascensão de Nippon Ishin.
Komeito cooperou com o capítulo de Osaka da Nippon Ishin na cidade e as assembléias da prefeitura para formar uma maioria em troca de Nippon Ishin concordar em não desafiar os candidatos de Komeito nas eleições distritais. Agora que a Nippon Ishin está no controle das assembléias de Osaka, o partido diz que vai redefinir seu relacionamento com Komeito. Alguns em Nippon Ishin querem desafiar Komeito diretamente. O que acontecerá na época das eleições permanece incerto, embora o secretário-geral do partido, Fumitake Fujita, tenha indicado na segunda-feira que a coordenação com Komeito sobre os candidatos ainda não foi descartada.
Foto: Japan Times (O primeiro-ministro Fumio Kishida (à direita) conversa com o líder do Komeito, Natsuo Yamaguchi, no prédio do parlamento em Tóquio, em março, após a aprovação do orçamento fiscal de 2023. | KYODO)
