MARRAKECH, MARROCOS – O ministro das Finanças, Shunichi Suzuki, disse na sexta-feira que disse aos seus pares do G20 que Tóquio pode precisar tomar “medidas apropriadas” no mercado cambial, já que o aperto monetário global pode aumentar a volatilidade nos movimentos cambiais.
As observações foram feitas num momento em que o iene renovava as suas descidas face ao dólar e sublinhavam a determinação de Tóquio em manter os mercados nervosos relativamente à possibilidade de uma intervenção cambial para sustentar a moeda japonesa.
“Eu disse à reunião do G20 que precisamos estar atentos ao risco de que a volatilidade do mercado possa aumentar, inclusive no mercado cambial, à medida que o aperto monetário continua globalmente”, disse Suzuki em entrevista coletiva após participar de uma reunião de ministros das finanças e governadores de bancos centrais do G20.
O dólar subiu amplamente devido aos recentes dados fortes de inflação nos EUA e às expectativas de que a Reserva Federal dos EUA manterá as taxas mais elevadas por mais tempo.
O dólar foi negociado a 149,53 ienes na sexta-feira, não muito longe da marca de 150 ienes vista pelos traders como o limite de Tóquio para intervenção cambial.
Um alto funcionário do Ministério das Finanças japonês disse aos repórteres que, embora os últimos comentários de Suzuki afirmassem o óbvio, o fato de terem sido feitos no plenário do G20 em tempos de crescente volatilidade do mercado era significativo.
O funcionário disse que Tóquio está pronta para agir no mercado cambial se os movimentos do mercado se tornarem muito voláteis.
Um iene fraco impulsiona as exportações japonesas, mas também aumenta o custo de importação de combustível e matérias-primas, dando uma dor de cabeça aos gestores políticos de Tóquio. A última intervenção do Japão no mercado cambial para sustentar o iene foi em setembro e outubro do ano passado.
O governador do Banco do Japão, Kazuo Ueda, disse na mesma conferência de imprensa que as suas opiniões sobre as perspectivas econômicas globais não mudaram muito, depois de participar na reunião dos líderes financeiros do Grupo dos Sete (G7) e do G20 esta semana.
As perspectivas para a economia global estão entre os fatores que o Banco do Japão irá analisar ao determinar o momento para a eliminação do seu enorme programa de estímulo, disseram os analistas.
Os mercados estão concentrados nas novas previsões trimestrais de crescimento e inflação do Banco do Japão, previstas para divulgação na sua próxima reunião de política monetária de dois dias, que termina em 31 de outubro.
As reuniões do G7 e do G20 realizaram-se à margem da reunião anual do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, em Marraquexe, esta semana.
Portal Mundo-Nipo
Sucursal Japão – Tóquio
Jonathan Miyata