De Londres a Tóquio: Como “O Menino e a Garça” Conquistou o Globo de Ouro A jornada de sucesso internacional de “O Menino e a Garça”, desde a conquista no Globo de Ouro até sua indicação ao Oscar, reflete o apelo universal das narrativas de Miyazaki
“O Menino e a Garça”, uma obra-prima do aclamado diretor japonês Hayao Miyazaki, foi coroado como o Melhor Filme de Animação na cerimônia da Academia Britânica de Cinema e Televisão (BAFTA), realizada em Londres no último domingo. Este marco representa a primeira vitória do Japão nessa categoria, consolidando ainda mais o legado de Miyazaki no cenário internacional do cinema de animação.
A conquista no BAFTA segue o sucesso do filme no Globo de Ouro, onde também recebeu o Prêmio de Animação em janeiro. Além disso, “O Menino e a Garça” é um dos fortes candidatos ao prêmio de Melhor Filme de Animação no Oscar, que será realizado no próximo mês, destacando-se como uma obra significativa na carreira do diretor de 83 anos.
O filme narra a envolvente história de Mahito, um jovem japonês que, após a perda de sua mãe durante a Segunda Guerra Mundial, muda-se para uma nova cidade. Lá, ele encontra uma garça falante que o introduz a um mágico mundo de fantasia, oferecendo uma fuga poética das sombras da guerra.
Enquanto “O Menino e a Garça” celebrava sua vitória, “Oppenheimer”, dirigido por Christopher Nolan, dominou a noite com sete prêmios, incluindo Melhor Filme. Este filme biográfico foca na figura de Robert Oppenheimer, o físico que desempenhou um papel crucial no desenvolvimento da bomba atômica durante a Segunda Guerra Mundial.
Hayao Miyazaki, cuja carreira é ornamentada com inúmeros prêmios, não é estranho ao reconhecimento da BAFTA. Produções japonesas anteriores que receberam honras incluem “Drive My Car”, de Ryusuke Hamaguchi, premiado como Melhor Filme em Língua Não Inglesa em 2022, além de “Ran”, de Akira Kurosawa, em 1986, e “Kagemusha”, que ganhou Melhor Direção em 1980.
Apesar de Miyazaki ter anunciado sua aposentadoria em 2013, após a produção de “The Wind Rises”, ele retornou à direção em 2017 para trabalhar em “O Menino e a Garça”. O BAFTA é mais uma joia na coroa de sua distinta carreira, que inclui o Urso de Ouro no Festival Internacional de Cinema de Berlim em 2002 e um Oscar em 2003 por “A Viagem de Chihiro”, solidificando seu status como um dos mais influentes cineastas de animação do mundo.