“Terremoto Revela Fragilidade Hídrica: 135 Mil Famílias Afetadas” Uma crise de água expõe a vulnerabilidade do Japão a desastres naturais
O terremoto de magnitude 7,6 que atingiu a Península de Noto em janeiro destacou a vulnerabilidade do sistema de abastecimento de água do Japão, afetando severamente a região de Hokuriku. Com tubulações antigas e não preparadas para sismos, o desastre deixou cerca de 135 mil famílias sem acesso à água corrente, evidenciando a urgência de modernizar a infraestrutura hídrica.
Impacto Profundo e Resposta Lenta
O sismo danificou estações de tratamento e tubulações em Ishikawa, deixando 22 mil casas sem água. A recuperação tem sido lenta, com previsões de restauração dos serviços apenas para abril em algumas áreas. A situação exacerbou problemas de higiene, contribuindo para o aumento de casos de COVID-19 na região central de Noto.
Desafios Estruturais e Financeiros
A infraestrutura hídrica, construída principalmente entre as décadas de 1950 e 1970, enfrenta agora o desafio do envelhecimento, com muitos canos ultrapassando sua vida útil legal de 40 anos. Apenas 41,2% dos canos em todo o Japão eram à prova de terremotos em março de 2022, com Ishikawa abaixo da média nacional. A dificuldade em atualizar o sistema é agravada pela deterioração financeira das operações de água, com municípios relutantes em aumentar as tarifas devido a oposições políticas e pressões econômicas.
Inovações e Soluções Propostas
Em resposta ao desastre, surgiram inovações como a da startup WOTA, que instalou chuveiros portáteis e lavatórios de mãos com sistemas de reciclagem de água em abrigos de evacuação. Essa tecnologia promete soluções de água descentralizadas para áreas com dificuldades de manter a infraestrutura convencional, reutilizando 98% da água tratada.
Olhando para o Futuro
O terremoto serviu como um alerta para a necessidade de repensar o sistema de abastecimento de água, considerando a eficiência econômica e a sustentabilidade em áreas despovoadas. Especialistas sugerem que serviços de água locais e de pequena escala podem ser mais viáveis para comunidades em declínio, indicando um caminho para a adaptação a um Japão com população decrescente.
O caso da Península de Noto ilustra a importância crítica de investir em uma infraestrutura hídrica resiliente, adaptável e eficiente, para garantir o fornecimento seguro e sustentável de água diante dos desafios impostos por desastres naturais e mudanças demográficas.