Queda na Aprovação de Kishida: Sinais de Alerta. Pesquisa do Yomiuri Shimbun Mostra Índice de 26%.
O primeiro-ministro Fumio Kishida se destacou por sua “capacidade de ouvir”, mas recentemente tem sido visto como um político com uma “capacidade de ser obtuso”, ignorando as vozes alheias e persistindo em suas decisões. Essa percepção torna o futuro político do Japão cada vez mais imprevisível.
Queda na Aprovação
O índice de aprovação do Gabinete Kishida caiu para 26% na última pesquisa do Yomiuri Shimbun, realizada em maio, marcando o sétimo mês consecutivo abaixo de 30%. Muitos membros do Partido Liberal Democrata (PLD) consideram essas classificações insuficientes para as próximas eleições gerais e para a reeleição de Kishida nas eleições presidenciais do PLD em setembro.
Derrotas Eleitorais
A derrota nas eleições suplementares de abril e nas eleições para governador de Shizuoka indicam um forte vento contrário ao PLD. Especialistas políticos lembram a renúncia do ex-primeiro-ministro Yoshihide Suga em 2021, após uma série de derrotas eleitorais que minaram seu ímpeto político.
Pressões em Nagatacho
Em Nagatacho, o centro político de Tóquio, acredita-se que o vento contrário ao PLD é mais forte do que em 2021. Houve especulações de que Kishida poderia dissolver a câmara baixa para uma eleição geral antes do término da atual sessão da Dieta em 23 de junho, como uma estratégia para garantir sua reeleição. No entanto, após uma sequência de quatro derrotas eleitorais, até mesmo um assessor de Kishida admitiu que “dissolver a câmara baixa num futuro próximo será um suicídio político”.
Possíveis Cenários
A maioria dos membros da Dieta do PLD prevê que Kishida provavelmente desistirá de ser reeleito, como fez Suga. No entanto, os assessores de Kishida acreditam que ele pode ser reeleito dentro do partido sem vencer as eleições gerais. Eles baseiam essa confiança na história recente, onde três dos quatro primeiros-ministros em exercício que concorreram à reeleição como presidente do partido venceram.
Calma Aparente
Nagatacho parece estranhamente calmo, sem rivais declarados para a presidência do PLD. Potenciais adversários temem que enfrentar o primeiro-ministro em exercício e perder possa significar sua ruína política, como aconteceu com Koichi Kato em 1999.
Resiliência de Kishida
Um alto funcionário do Gabinete do Primeiro Ministro nega as especulações de que Kishida possa desistir, afirmando que ele é conhecido por sua obstinação. “Se há alguém que espera que Kishida renuncie antes das eleições presidenciais do PLD, ele ou ela não conhece a obtusidade de Kishida”, disse o funcionário.
Desafios Adicionais
Além dos conflitos internos no PLD, Kishida terá que considerar a voz do parceiro de coalizão Komeito. O secretário-geral do Komeito, Keiichi Ishii, sugeriu que uma eleição geral no outono após a eleição presidencial do PLD é o cenário mais provável, indicando que o Komeito pode estar buscando um novo primeiro-ministro.
Conclusão
Embora Kishida ainda não seja um “pato manco”, seu futuro político está longe de ser garantido. A calmaria em Nagatacho pode ser apenas a calmaria antes da tempestade, com muitos desafios e incertezas à frente.
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