Wakayama e Setagaya: Focos de Investigações sobre Casas Vazias Taxas de Vacância Altas e Impactos na Comunidade Local.
TÓQUIO, 17 de junho – O Japão enfrenta um desafio crescente com o número de casas vazias, que atingiu um recorde de aproximadamente 9 milhões. Esse fenômeno é impulsionado pelo envelhecimento da população e pela queda nas taxas de natalidade. A província de Wakayama, com uma taxa de vacância de 21,2%, e o distrito de Setagaya, em Tóquio, que possui o maior número de casas vagas entre os municípios com 50.000 casas, têm sido o foco de investigações recentes.
Na cidade de Tanabe, localizada ao sul da província de Wakayama e conhecida pela produção de ameixas, o problema das casas vazias é crescente. Recentemente, uma associação de bairro relatou uma casa com um pilar partido, levando a uma inspeção imediata. A casa térrea de madeira, com aproximadamente 46 metros quadrados, apresentava um pilar quebrado e uma parede inclinada. Uma inspeção com drones revelou que metade do telhado havia desabado.
Os moradores locais expressaram preocupações sobre a segurança dessas estruturas. O vice-presidente da associação de moradores, que também possui uma casa vaga, relatou o problema. A cidade contatou o proprietário do imóvel, que concordou em demolir a casa. Em apenas duas horas, uma empreiteira de demolição chegou ao local, e com subsídios municipais, a demolição começou seis dias depois.
Esses problemas de casas vazias são comuns em todo o país. Segundo uma pesquisa divulgada pelo Ministério de Assuntos Internos e Comunicações em abril, o número de casas vagas no Japão atingiu aproximadamente 9 milhões, um recorde. A taxa de vacância da província de Wakayama de 21,2% é a mais alta do país. Em muitas cidades regionais, o custo dos terrenos é frequentemente mais barato do que os custos de demolição, levando ao abandono de propriedades.
Desde 2017, a cidade de Tanabe tem abordado essa questão oferecendo estimativas gratuitas de custos de demolição e fornecendo até 500.000 ienes em subsídios para casas em risco de desabamento. O orçamento deste programa cobre 12 demolições, totalizando 6 milhões de ienes. Além disso, a cidade introduziu medidas inovadoras para utilizar terrenos baldios, como a transformação de antigas casas vazias em hortas comunitárias. Um programa lançado em julho permite que os residentes vizinhos adquiram terrenos adjacentes por uma taxa nominal, facilitando a ampliação de suas propriedades e garantindo a segurança da comunidade. Este sistema foi utilizado 53 vezes até agora.
Esforços para reaproveitar casas vazias também estão em andamento. Um programa reúne moradores que desejam abrir negócios com casas vagas, permitindo-lhes reformar o imóvel para uso como salas de estudo para estudantes do ensino médio ou acomodação para estagiários universitários. O aluguel anual dessas propriedades é de 97.000 ienes. A cidade também realizou reuniões informativas com empresas locais para promover uma maior utilização de casas vagas.
No entanto, a questão das casas vagas não se limita às cidades regionais. No distrito de Setagaya, em Tóquio, áreas como o bairro residencial tranquilo perto do Parque Komazawa têm seções onde as casas vazias ficaram cobertas de vegetação e dilapidadas. Apesar dos elevados valores das propriedades, muitos proprietários preferem mantê-las como ativos, adiando as decisões de vendê-las ou demoli-las. O distrito de Setagaya recebe aproximadamente 200 consultas anuais sobre casas vagas, levando a investigações detalhadas e medidas de segurança.
De acordo com o Nomura Research Institute, a taxa de vacância no Japão deverá dobrar nos próximos 20 anos. O distrito de Setagaya está se concentrando em medidas preventivas e apoiando os proprietários para evitar que as propriedades fiquem vagas.
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