Comparação Global do Salário Mínimo Japão em Desvantagem Frente a Outros Países Desenvolvidos.
Kanegon é um “kaiju” (monstro) famoso por sua peculiaridade: ele devora dinheiro. Com uma boca grande e equipada com um zíper, Kanegon alegremente consome moedas de 10 e 100 ienes. Para sobreviver, ele precisa ingerir uma quantia específica todos os dias, que é de 3.520 ienes (aproximadamente US$ 22,89), conforme descrito em um livro.
Essa estranha criatura fez sua estreia na série de televisão “Ultra Q” em 1966. Ajustando essa quantia pelo índice de preços ao consumidor, 3.520 ienes daquela época equivaleriam a cerca de 15.000 ienes hoje. Isso significa que Kanegon teria que trabalhar muito mais para se alimentar adequadamente nos dias atuais.
O governo japonês está prestes a aumentar o salário mínimo em 50 ienes em todo o país, elevando a média nacional para 1.054 ienes por hora. O primeiro-ministro Fumio Kishida descreveu esse aumento como “poderoso”. Mas será que é mesmo?
Muitas pessoas estão lutando contra os altos preços, e para melhorar suas vidas, um aumento muito maior no salário mínimo seria necessário. No entanto, um aumento repentino poderia impactar negativamente as pequenas e médias empresas, e há um limite para o quanto esses custos podem ser repassados aos clientes e consumidores.
Ainda assim, o salário mínimo no Japão é considerado muito baixo em comparação com os padrões globais, e algo precisa ser feito a respeito. Com 1.054 ienes por hora, Kanegon ganharia apenas um pouco mais da metade dos 15.000 ienes necessários, mesmo trabalhando oito horas seguidas.
Para escapar da fome, Kanegon tem duas opções: agir como um verdadeiro kaiju e se recusar a trabalhar, ou deixar o Japão. Devido à fraqueza do iene no momento, há muitos países desenvolvidos onde ele poderia ganhar quase o dobro do que no Japão.
Imagino Kanegon partindo do Aeroporto de Narita, com um ar inconfundível de melancolia emanando de suas costas.
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