Operação no Reator nº 2: Progresso e Complicações. Inserção bem-sucedida do equipamento marca um grande avanço.
A remoção de resíduos de combustível, uma etapa crucial e altamente desafiadora do processo de descomissionamento da Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, foi retomada. Este processo, considerado o aspecto mais difícil do esforço de descomissionamento, concentra-se na extração de combustível nuclear derretido e solidificado, conhecido como resíduos de combustível, dos reatores da usina.
O professor Takashi Okamoto, da Universidade de Tóquio, explicou a operação que ocorreu em 10 de setembro no reator nº 2. Devido aos níveis extremos de radiação dentro do recipiente de contenção, os detritos só podem ser removidos usando robôs. Os resíduos de combustível são extremamente perigosos devido aos seus altos níveis de radiação, tornando impossível para humanos acessarem a área sem risco severo. Nesta operação, robôs foram implantados ao lado de trabalhadores humanos, embora até mesmo as áreas onde as pessoas estavam presentes tivessem níveis de radiação relativamente altos, complicando a tarefa.
A quantidade total de resíduos de combustível nos reatores 1 a 3 é estimada em cerca de 880 toneladas, mas apenas uma pequena quantidade — menos de 3 gramas — foi removida durante esta fase devido aos altos riscos de radiação. A operação fez progressos significativos, com a inserção bem-sucedida do equipamento no recipiente de contenção marcando um grande passo à frente. A Tokyo Electric Power Company (TEPCO) considera esta a primeira fase da operação, um marco importante no longo e complexo processo de remoção de detritos de combustível.
De acordo com o Professor Okamoto, a remoção de detritos é desafiadora porque deve ser feita inteiramente por robôs, dada a natureza perigosa do material e a incapacidade de humanos de se aproximarem dele. Não há preocupações sobre contaminação radioativa ou uma potencial recriticalidade durante a operação, pois a quantidade removida é muito pequena. Mesmo se o processo falhar, não haverá impacto ambiental, e a tarefa poderá ser refeita.
Os detritos de combustível extraídos serão analisados em uma instalação de pesquisa na Prefeitura de Ibaraki para estudar sua estrutura cristalina, o que ajudará a desenvolver estratégias futuras para remoção mais extensa de detritos. Embora existam 880 toneladas de detritos de combustível restantes, o Professor Okamoto expressou otimismo cauteloso de que, uma vez que eles entendam a condição do material dentro, pode ser possível remover o restante dentro de um prazo razoável. O objetivo geral é concluir o descomissionamento até 2051, com a remoção e o armazenamento seguro dos detritos como a principal prioridade.
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