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Amianto em Noto: Entenda os Riscos e Ações Após Terremoto no Japão

- 27 de maio de 2025
Amianto exposto após terremoto em Noto, Japão. Saiba sobre os riscos à saúde e as ações tomadas para proteger voluntários e moradores.

Amianto exposto após terremoto em Noto, Japão. Saiba sobre os riscos à saúde e as ações tomadas para proteger voluntários e moradores.

A região de Noto, na província de Ishikawa, severamente impactada pelo terremoto da Península de Noto e pelas chuvas torrenciais do ano passado, enfrenta agora um novo desafio: a presença de amianto exposto. Esse mineral fibroso, conhecido por seus graves riscos à saúde, como o desenvolvimento de mesotelioma e câncer de pulmão quando inalado, tem sido encontrado em diversos edifícios danificados. A situação já levou à imposição de restrições a atividades voluntárias e outras ações, visando a proteção da saúde pública.

Descoberta de Amianto em Edificações Chave

Em meados de abril, o Hotel Kairakuso, uma pousada tradicional japonesa em Suzu, revelou a presença de amianto no teto e nas vigas. A pousada, que havia fechado após ser atingida por inundações de terra e areia em setembro do ano passado, apresentava cinco ou seis fragmentos do mineral, com diâmetros entre 3 e 10 centímetros. A identificação confirmou que se tratava do amianto azul, uma variedade altamente tóxica.

Diante da gravidade da situação, o governo da província de Ishikawa agiu prontamente, solicitando ao proprietário da pousada que interrompesse a aceitação de voluntários e implementasse medidas urgentes para conter a dispersão do amianto. Um aviso de “Entrada proibida, exceto para pessoal autorizado” foi afixado, e barreiras de madeira foram instaladas para bloquear o acesso.

Ações Governamentais e Especializadas para Conter o Amianto

O governo central e especialistas continuam a investigar a extensão do problema e a conscientizar os moradores sobre os perigos do amianto. Entre fevereiro e março do ano passado, o Ministério do Meio Ambiente realizou uma vistoria abrangente em 64 edifícios afetados pelo desastre em seis municípios. O resultado foi alarmante: amianto exposto foi detectado em 12 dessas edificações, levando à instrução imediata aos proprietários para que adotassem medidas preventivas contra a dispersão do material.

Em 6 de maio, uma equipe especializada, liderada por Fuyushi Nagakura, secretário-geral do Mesothelioma, Pneumoconiosis, and Asbestos Center, e Shigeharu Nakachi, professor de química ambiental da Universidade Kumamoto Gakuen, inspecionou edifícios em Nanao e Wajima. Em Nanao, foi constatada a presença de amianto em um prédio programado para demolição com recursos públicos. A equipe recomendou ao governo provincial que tomasse medidas protetivas, como cobrir o edifício com lonas azuis.

Demolições e Precauções Necessárias

Até o final de abril, aproximadamente 26.000 edifícios na província foram demolidos com fundos públicos, com mais 14.000 demolições previstas até outubro. O governo da província está enfatizando a necessidade de que as empresas de demolição utilizem máscaras contra poeira e implementem outras precauções rigorosas para garantir a segurança dos trabalhadores e da população em geral diante da presença de amianto.

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