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Conheça o método senninbari e a trajetória de Hama Omura, educadora japonesa referência

- 16 de agosto de 2025
Conheça a trajetória da educadora Hama Omura e seu método senninbari, um símbolo de empatia e memória histórica, envolvente e informativo.

Conheça a trajetória da educadora Hama Omura e seu método senninbari, um símbolo de empatia e memória histórica, envolvente e informativo.

A educadora Hama Omura (1906‑2005), reconhecida como a melhor professora de língua japonesa do Japão, marcou a história com seu método de ensino humano e inovador. Durante 52 anos, antes, durante e depois da Segunda Guerra Mundial, ela ensinou com paixão, transmitindo valores e cultura.

Desde cedo, Omura compartilhava suas experiências na produção de senninbari — um símbolo de proteção e solidariedade. Esse tecido de algodão branco, com mil nós em linha vermelha, era entregue a soldados pela mãe ou esposa, com o propósito de protegê-los no front.

O processo do senninbari

  • Mil pessoas faziam um nó cada uma.
  • As mulheres nas ruas eram convidadas a contribuir.
  • Nas salas de aula de sua escola secundária feminina em Tóquio, as aulas regulares eram suspensas para preparar o tecido.
  • O pano tinha 1.000 marcas indicando onde os nós deveriam ficar.
  • No sinal do primeiro sino, todos davam um nó simultaneamente, e no segundo toque, o tecido era passado adiante.

Essa cena — mil meninas costurando com harmonia total — era poderosa e comovente. Omura relatou, em “Onna tachi no Hachigatsu Jugonichi” (15 de agosto das mulheres), seu arrependimento: estávamos atordoadas, e deixamos de pensar ou questionar.

Um leitor do Asahi Shimbun, em carta publicada em 13 de agosto, comentou que seu filho, na casa dos vinte anos, desconhece termos como fukuin (desmobilização) e shoi gunjin (veterano deficiente). Esse esquecimento histórico alerta para a urgência de preservar vocabulário, memórias e reflexões do período de guerra.

Por que essa história importa

Relatar o senninbari e os sentimentos de Omura vai além da narrativa pessoal. É lembrar que civis, especialmente mulheres e estudantes, foram protagonistas de uma memória coletiva. Omura ensinou mais do que língua japonesa: ensinou a importância de pensar, questionar e dialogar.

Os detalhes da vida de quem não esteve no front também merecem ser contados. A memória está nos gestos de solidariedade, no silêncio e no ato de criar senninbari — peças carregadas de significado.

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