Exportações do Japão caem em julho com tarifas dos EUA afetando comércio global e economia japonesa. Entenda os impactos e projeções.
As exportações japonesas registraram em julho sua maior queda em mais de quatro anos, refletindo os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre o comércio global. A retração de 2,6% no valor exportado, acima da previsão de 2,1%, levanta preocupações sobre a resiliência da economia japonesa.
Impacto das tarifas americanas nas exportações japonesas
A queda foi puxada por automóveis, autopeças e aço, setores fortemente afetados pelas tarifas. Apesar disso, o volume exportado subiu 1,2%, indicando que os exportadores estão reduzindo preços para manter competitividade.
As exportações para os EUA despencaram 10,1%, com remessas de veículos caindo 28,4% em valor e 3,2% em volume. As tarifas de 25% sobre carros e autopeças, e de até 50% sobre aço, estão pressionando os lucros das empresas japonesas, como a Toyota, que estima um impacto de ¥ 1,4 trilhão.
Queda nas importações e déficit comercial
As importações diminuíram 7,5%, com destaque para petróleo bruto, carvão e gás natural liquefeito. Mesmo assim, o Japão registrou um déficit comercial de ¥ 117,5 bilhões (US$ 796 milhões).
Perspectivas econômicas e postura do Banco do Japão
A queda nas exportações pode comprometer o crescimento econômico japonês, especialmente diante do consumo interno fraco. O Banco do Japão, liderado por Kazuo Ueda, deve manter uma postura cautelosa na próxima reunião de política monetária, marcada para 19 de setembro.
Desempenho por região
Além dos EUA, as exportações para a China recuaram 3,5%, e para a Europa, 3,4%. O embarque de aço para o continente europeu caiu impressionantes 53,1%.
Expectativas para os próximos meses
Economistas preveem estagnação nas exportações japonesas, com empresas se adaptando ao novo cenário comercial. A valorização do iene, que teve média de ¥ 145,56 por dólar em julho, também contribui para a perda de competitividade.


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