Descubra como Ajinomoto e Inglewood foram investigadas por marketing furtivo com sua marca “Aete”. Entenda as implicações legais e as medidas corretivas.
Tóquio – A Agência de Assuntos do Consumidor do Japão colocou sob os holofotes a Ajinomoto e a Inglewood, empresas suspeitas de praticarem marketing furtivo em torno de sua linha de refeições congeladas para consumo doméstico, “Aete”. A investigação centra-se em uma prática onde indivíduos eram supostamente incentivados a fazer postagens em redes sociais em troca de produtos gratuitos. Essas publicações, posteriormente, eram republicadas nos sites de vendas das empresas, sem a devida identificação como conteúdo publicitário.
Entendendo a Prática: Gratuidade em Troca de Publicidade Velada
De acordo com a agência reguladora, Ajinomoto e Inglewood forneceram refeições congeladas da marca “Aete” gratuitamente. A condição para os beneficiários era clara: promover os produtos no Instagram. O ponto crucial da investigação reside no fato de que algumas dessas postagens foram integradas aos sites de vendas das empresas, apresentadas como “avaliações de clientes” ou “impressões após a experimentação”. No entanto, a natureza publicitária desses conteúdos não era explicitamente divulgada, levantando preocupações sobre a transparência e a lealdade comercial.
Marketing Furtivo e a Lei Japonesa
A agência de proteção ao consumidor alertou que essa conduta pode configurar uma forma de marketing furtivo, prática proibida pela rigorosa Lei contra Prêmios Injustificáveis e Representações Enganosas no Japão. A legislação visa proteger os consumidores de propagandas enganosas e garantir a clareza sobre a origem e a intenção de conteúdos promocionais. A não divulgação da relação comercial entre o criador do conteúdo e a empresa é o cerne da infração, pois pode induzir o consumidor a acreditar em uma análise imparcial, quando na verdade há um incentivo financeiro ou material.
Resolução e Compromisso: O Futuro da Publicidade Responsável
Diante das acusações, ambas as empresas, Ajinomoto e Inglewood, agiram prontamente. Elas suprimiram o conteúdo considerado questionável e apresentaram medidas corretivas voluntárias à Agência de Assuntos do Consumidor. Graças a essa cooperação, foi aplicado o “procedimento de compromisso”, um mecanismo legal que evita a emissão de uma ordem formal. Esse procedimento é geralmente utilizado quando as empresas demonstram proatividade em corrigir as irregularidades e se comprometem a evitar futuras violações.
Em comunicado oficial, as empresas reafirmaram seu compromisso com a conformidade legal. Elas declararam ter fortalecido seus sistemas de gerenciamento de publicidade e se comprometeram a garantir a total observância das leis e regulamentos pertinentes. Este caso serve como um lembrete importante para todas as marcas sobre a crescente importância da transparência na publicidade digital e a necessidade de comunicar claramente qualquer relação comercial em conteúdos promocionais.
Lições para o Mercado de Refeições Congeladas
O incidente envolvendo a marca “Aete” destaca a complexidade do marketing de influência e a necessidade de as empresas serem diligentes na forma como interagem com consumidores e promotores. A transparência é a chave para construir e manter a confiança do consumidor, especialmente em um mercado cada vez mais digitalizado, onde a linha entre conteúdo orgânico e pago pode ser facilmente borrada. As empresas devem adotar diretrizes claras e educar seus parceiros sobre as exigências legais e éticas para evitar práticas de marketing que possam ser consideradas furtivas.


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