A Mazda revoluciona sua cultura, o Japão investe em biocombustíveis de cana-de-açúcar e o turismo se transforma. Descubra a grande transformação no Japão.
A Mazda, montadora icônica de Hiroshima, está em meio a uma transformação no Japão que visa remodelar sua cultura corporativa para sobreviver na era dos veículos elétricos e ecológicos. A indústria automobilística global passa por uma mudança radical, e a empresa não é “uma grande empresa em escala”, o que torna a criatividade e a singularidade humana fatores essenciais para gerar novo valor.
A reforma interna de cinco anos, lançada em novembro de 2023, tem como pilar uma revolução cultural.
- Treinamento Intensivo: Funcionários de todas as idades e departamentos participam de workshops em Hiroshima para redefinir o que a cultura corporativa da Mazda deve representar.
- Plano em Três Fases: O projeto busca primeiro definir a cultura desejada, depois incorporá-la ao comportamento diário e, por fim, estabelecê-la como um hábito.
Quase todos os 4.000 funcionários já concluíram o programa, demonstrando a determinação da Mazda. Embora haja resistência e questionamentos sobre o apoio total da gerência, a empresa segue firme, apostando que uma nova cultura corporativa será seu diferencial competitivo e a chave para sua sobrevivência.
Soluções Sustentáveis e a Crise Climática no Japão
Além da transformação no Japão corporativa, o país está investindo em pesquisas inovadoras para combater a crise climática. Em Tanegashima, província de Kagoshima, um projeto pioneiro explora uma alternativa doméstica e renovável: o biocombustível derivado da cana-de-açúcar.
Essa pesquisa ganha urgência em um cenário onde o Japão registra temperaturas recordes, como os 41,8∘C na província de Gunma.
O professor Satoshi Obara, da Universidade de Tóquio, lidera o esforço, desenvolvendo novas variedades de cana. Uma delas, a “Haru no Ougi,” é mais resistente aos tufões e rende de 30% a 50% mais que as convencionais. A visão é criar um combustível produzido internamente, reduzindo a dependência de petróleo importado e eletricidade externa, e construindo um futuro energético sustentável a partir das terras agrícolas do Japão.
A Mudança no Setor de Turismo: O Caso Spa Resort Hawaiians
A onda de transformação no Japão chega também ao setor de resorts. O Spa Resort Hawaiians, um complexo temático em Iwaki, Fukushima, com quase 60 anos de história, enfrenta sérios desafios financeiros, agravados pelo Grande Terremoto de 2011 e pela pandemia de COVID-19.
Com 28 bilhões de ienes em dívidas e instalações obsoletas, o resort precisava de uma reinvenção radical para se manter competitivo.
- Aquisição Estratégica: Em novembro de 2023, o fundo de investimento americano Fortress Investment Group adquiriu mais de 85% das ações da Joban Kosan, operadora do resort.
- Reforma Completa: A Fortress planeja investir pesadamente na modernização das instalações, alinhando-as às expectativas de viajantes japoneses familiarizados com o Havaí.
Essa aquisição reflete uma tendência mais ampla de investimento estrangeiro que está redefinindo o cenário hoteleiro do Japão, com resorts da época da bolha sendo reconstruídos do zero para redefinir as experiências de viagem domésticas.
Agricultura e o Desafio da Vida Selvagem
Nem toda transformação no Japão acontece em escritórios ou laboratórios. No campo, a agricultura enfrenta o aumento da população de javalis, que causam anualmente 16,4 bilhões de ienes em danos às plantações em todo o país.
O problema é agravado pela escassez de caçadores: a população de caçadores no Japão caiu pela metade, e cerca de 60% têm mais de 60 anos. A falta de mão de obra jovem impede um controle eficaz.
Para enfrentar a crise, novos modelos de negócios estão surgindo, como:
- Empresas em Chiba que oferecem treinamento para licenças de caça com armadilhas.
- Empreendimentos em Hokkaido que conectam caçadores a consumidores que buscam carne de caça (gibier), criando um incentivo de mercado para o controle da fauna.
Esta luta nos campos é crucial, pois os animais selvagens não apenas destroem plantações, mas também causam acidentes de trânsito, disseminam doenças e representam riscos à segurança humana, tornando a inovação na gestão da vida selvagem vital para o futuro agrícola do Japão.


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