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Impacto Global Entenda a Guerra Comercial EUA-China e Seus Efeitos na Economia

- 23 de outubro de 2025
Explore o crescente conflito comercial entre EUA e China, suas tarifas portuárias e o impacto global. Entenda como essa dinâmica afeta mercados e o setor de transporte marítimo.

Explore o crescente conflito comercial entre EUA e China, suas tarifas portuárias e o impacto global. Entenda como essa dinâmica afeta mercados e o setor de transporte marítimo.

Uma escalada na guerra comercial entre China e Estados Unidos atinge um novo ponto crítico. A partir desta terça-feira, navios chineses que atracarem em portos dos EUA serão submetidos a uma taxa especial, uma medida que já provocou retaliação de Pequim, impondo custos semelhantes a embarcações americanas. Este embate entre as duas maiores economias mundiais tem agitado os mercados financeiros, gerando preocupações sobre possíveis disrupções na economia global e os efeitos diretos para o setor de transporte marítimo.

Ações Recíprocas e Escalada da Tensão

A tarifa anunciada pelo Representante Comercial dos EUA (USTR) em abril foi o gatilho para a resposta chinesa. Além das taxas portuárias, o presidente Donald Trump elevou as tensões ao anunciar uma tarifa adicional de 100% sobre a China e ameaçar cancelar uma cúpula com Xi Jinping. Essa retaliação visa as restrições chinesas à exportação de minerais de terras raras, fundamentais para diversas indústrias.

O objetivo principal das taxas portuárias dos EUA é combater o domínio chinês no transporte marítimo global. A intenção é incentivar a construção de mais navios em solo americano, fortalecendo a indústria naval nacional. A Alliance for American Manufacturing, uma organização apartidária, defende que os fundos arrecadados sejam direcionados para a criação de um Fundo de Segurança Marítima.

“As práticas econômicas desleais da China representam um obstáculo considerável à revitalização da construção naval nos Estados Unidos”, afirmou a aliança em uma petição que apoia a legislação proposta para desenvolver o setor.

Detalhamento das Taxas e Seus Impactos

Segundo o USTR, a taxa portuária será cobrada por visita aos EUA, com um limite máximo de cinco vezes por ano por navio.

  • Navios fabricados na China pagarão US$ 18 por tonelada líquida (equivalente a US$ 120 por contêiner), com um aumento anual de US$ 5 nos três anos seguintes.
  • Embarcações pertencentes ou operadas por cidadãos chineses, mas não fabricadas na China, serão taxadas em US$ 50 por tonelada líquida, com um acréscimo anual de US$ 30 pelos próximos três anos.

Os Estados Unidos buscam reverter o cenário atual, onde sua indústria naval representa apenas 0,1% da construção naval global. O governo Trump considera a construção naval dos EUA como um pilar da segurança nacional, dada a liderança chinesa no setor.

Em 2024, o ex-presidente Joe Biden já havia iniciado uma investigação do USTR sobre as “práticas desleais da China nos setores de construção naval, transporte marítimo e logística”. O atual governo mantém esse foco, com Trump anunciando a criação de um Escritório de Construção Naval da Casa Branca em março, visando revitalizar o setor manufatureiro americano.

Pequim Responde em Meio à Disputa

Na última sexta-feira, Pequim anunciou sua própria medida retaliatória. A partir de terça-feira, navios fabricados nos Estados Unidos ou vinculados a empresas americanas deverão pagar taxas “especiais” para atracar em portos chineses.

  • As tarifas iniciais serão de 400 yuans (US$ 56) por tonelada líquida, subindo para 640 yuans (US$ 90) em abril de 2026, com novos aumentos anuais programados.

Matt Paxton, presidente do Shipbuilders Council of America (SCA), que representa mais de 150 empresas de construção naval dos EUA, expressou preocupação. “Isso é um problema quando você está vinculado a uma cadeia de suprimentos global sobre a qual não tem controle; isso é um risco à segurança nacional”, disse Paxton à AFP, destacando a importância de não depender de empresas controladas pelo governo chinês.

Desde que retornou à Casa Branca em janeiro, Trump tem priorizado a reconstrução da base industrial americana através da imposição de tarifas, o que resultou em grandes investimentos de empresas estrangeiras e americanas em fábricas nos EUA.

Paxton também mencionou um “forte interesse” em navios construídos nos EUA, com contatos de países como Coreia do Sul, China, Japão e Canadá. Ele observou que muitos estaleiros americanos não operam em plena capacidade e possuem docas secas desativadas.

Além da demanda externa, a indústria naval americana celebra a meta do governo Trump de construir 250 navios para a frota comercial e o orçamento de US$ 50 bilhões para a Guarda Costeira e a Marinha. “É muito encorajador”, disse Paxton. “É um momento histórico.”

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