176 visualizações 4 min 0 Comentário

Contratar Estrangeiro Ilegal no Japão resulta em Cadeia ao Empregador

- 3 de dezembro de 2025
Investigação em Aichi revela rede de trabalho clandestino. Entenda o caso de prisão por emprego ilegal que pode envolver mais de mil estrangeiros e empresas.

Investigação em Aichi revela rede de trabalho clandestino. Entenda o caso de prisão por emprego ilegal que pode envolver mais de mil estrangeiros e empresas.

A Divisão de Investigação Internacional da Polícia da Província de Aichi, em conjunto com a Delegacia de Polícia de Tsushima, deflagrou uma operação na segunda-feira (1º) que resultou na detenção de dois suspeitos estrangeiros. O caso, que chama a atenção pela magnitude do esquema, envolve acusações graves de violação da Lei de Controle de Imigração e Reconhecimento de Refugiados, culminando na prisão por emprego ilegal dos envolvidos.

As autoridades identificaram que os detidos teriam facilitado e incentivado a contratação irregular de mão de obra estrangeira. Entre os presos estão um empresário turco de 40 anos, proprietário de uma companhia de demolição na cidade de Ama, e um vietnamita de 35 anos, residente em Tsushima, que atuava como trabalhador de meio período (arubaito).

O esquema de contratação e a violação da lei

De acordo com o inquérito policial, os dois suspeitos agiram em conluio para burlar as normas de imigração japonesas. A acusação central que motivou a prisão por emprego ilegal refere-se à contratação de um cidadão vietnamita que estava com o visto de permanência vencido.

As investigações apontam que este trabalhador em situação irregular foi alocado em um canteiro de obras de demolição em quatro ocasiões distintas, entre os meses de julho e agosto deste ano. No Japão, empregar estrangeiros sem o status de residência adequado ou com visto expirado é considerado um crime severo, recaindo a responsabilidade penal tanto sobre quem trabalha quanto sobre quem contrata ou intermedeia o serviço.

Modus Operandi: Recrutamento via redes sociais

O funcionamento da rede de recrutamento demonstrava organização. Segundo a polícia, o empresário turco solicitava ao seu funcionário vietnamita que localizasse outros trabalhadores dispostos a atuar nas obras de demolição.

Para cumprir a demanda, o intermediador utilizava as redes sociais como ferramenta principal de captação. A estratégia consistia na publicação de posts de recrutamento em grupos e perfis voltados à comunidade estrangeira. O incentivo financeiro para o recrutador era direto: ele recebia uma comissão que variava entre mil e 3 mil ienes por cada indicação efetivada. Esse sistema de comissões fomentou um ciclo vicioso de contratações à margem da lei.

Investigação aponta para rede massiva de trabalho irregular

Durante os interrogatórios realizados na delegacia, as posturas dos acusados divergiram. Enquanto o cidadão vietnamita admitiu a participação no crime, o empresário turco negou as suspeitas de promover o emprego ilegal.

No entanto, a polícia de Aichi mantém as investigações ativas e suspeita que este caso seja apenas a ponta do iceberg. As autoridades trabalham com a hipótese de que o arubaito vietnamita tenha intermediado a apresentação de aproximadamente mil trabalhadores compatriotas para cerca de 20 outras empresas na região.

Se confirmada, essa suspeita elevará o caso a um dos maiores esquemas de agenciamento irregular de mão de obra estrangeira desmantelados recentemente na província, evidenciando os riscos severos e as consequências jurídicas da prisão por emprego ilegal no Japão. A continuidade das investigações busca agora identificar a extensão total da rede e a responsabilidade das outras empresas supostamente beneficiadas.

Logotipo Mundo-Nipo
Autor

**Portal Mundo-Nipo**
Sucursal Japão

Comentários estão fechados.