Alívio nas tarifas americanas dá fôlego às montadoras japonesas — especialmente as menores — num mercado dos EUA vital e desafiante.
O recente corte nas tarifas americanas sobre veículos importados do Japão traz uma leve trégua às montadoras do país. Ainda assim, essa medida mantém as montadoras menores sob pressão — um cenário delicado para marcas como Mitsubishi, Mazda e Subaru.
Contexto tarifário
Após intensa diplomacia, o governo dos EUA reduziu as tarifas sobre carros japoneses de 27,5% para 15%. Essa medida é positiva para o setor automobilístico japonês, que vê nos Estados Unidos seu maior mercado externo. No entanto, a nova taxa ainda é significativamente elevada — seis vezes maior que os 2,5% praticados antes das tarifas impostas em abril.
Impacto nas montadoras menores
Marcas como Mitsubishi, Mazda e Subaru sentem o impacto com mais força. Essas empresas têm menos fôlego financeiro do que Toyota e Honda e podem ser obrigadas a elevar preços ou repensar sua presença nos EUA. Analistas alertam para cenários como:
- Elevação contínua nos preços ao consumidor;
- Parcerias estratégicas ou abandono do mercado;
- Redução de modelos ofertados no país.
Situação individual: Mitsubishi, Mazda, Subaru
- Mitsubishi: ajustou a previsão de lucro, reduzindo-a em quase um terço. Não fabrica na América do Norte e depende de modelos mais acessíveis — mais afetados pela alta dos preços.
- Mazda: registrou queda de mais de 50% nas exportações do México. Para reagir, ampliou a produção do SUV CX‑50 em uma fábrica conjunta com a Toyota no Alabama. A empresa também cortou incentivos e pode intensificar integração com a Toyota, que já detém cerca de 5% da empresa.
- Subaru: anunciou cortes na linha básica do modelo Outback e elevou preços conforme as “condições de mercado”.
Repercussões para os consumidores nos EUA
O aumento dos preços de veículos novos pode levar os consumidores a buscar opções usadas. Como observou um analista:
ao buscar um veículo como CX‑30 ou Outlander por cerca de US$ 30 000, faltam alternativas competitivas, impulsionando a compra de crossovers usados de 3 anos.


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