A Anistia Internacional, um grupo de direitos humanos, foi detida em 24 de abril por autoridades chinesas mantendo cerca de 1 milhão de muçulmanos, incluindo uigures, na região autônoma uigur de Xinjiang, no oeste. A Anistia Internacional pediu às autoridades chinesas a reconhecer os fatos e esclarecer a verdade da situação.
O governo chinês está restringindo os muçulmanos na região autônoma uigur de Xinjiang para combater o extremismo islâmico e os separatistas, mas o ato foi criticado pela possibilidade de estimular ainda mais o pensamento separatista.
A Anistia Internacional também incluiu no relatório testemunhos dos detidos nos centros de detenção, o governo chinês implementou “detenções em massa, vigilância com força bruta, lavagem cerebral política e assimilação obrigatória”.
Segundo o relatório, os uigures e outros muçulmanos são proibidos de usar barbas e burcas (roupas usadas por mulheres muçulmanas) porém têm permissão para possuir o Alcorão Sagrado do Islã.
O Comitê das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação Racial anunciou no ano passado que até 1 milhão de uigures e outros vivem nesta situação. Muitos estão sendo detidos por pequenas violações, como entrar em contato com famílias estrangeiras e saudações nas mídias sociais nos feriados islâmicos.
A Anistia Internacional afirmou em comunicado que a repressão deixou milhares de famílias separadas: “As famílias estão desesperadas para ver o que está acontecendo com seus entes queridos, e agora é a China. É hora das autoridades responderem”.
Apesar do fato de o governo chinês ter negado a infração, documentos administrativos relacionados a centros de detenção e testemunhos de ex-detidos estão aparecendo um após o outro. Segundo eles, as autoridades chinesas detiveram um grande número de pessoas em centros de detenção sem julgamento e estão realizando uma lavagem cerebral política e cultural em uma escala nunca vista desde a era maoísta.
Segundo testemunhos de ex-detentos entrevistados pela Anistia Internacional, eles foram torturados e foram forçados a cantar canções políticas e aprender sobre o Partido Comunista da China.
A Anistia Internacional descreve a situação em Xinjiang como um “pesadelo”. Estamos pedindo aos governos de cada país que procurem o governo chinês e garantam a integridade de cada prisioneiro.
Portal Mundo-Nipo
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Harumi Matsunaga