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Descubra Shodoshima, Como o Shoyu Tradicional Molda a Cultura Culinária Mundial

- 9 de maio de 2024

Preservando o Passado: A Importância Cultural do Shoyu em Shodoshima.

Shodoshima, situada no pitoresco Mar Interior de Seto, é reconhecida por seus olivais e pelo icônico filme “Twenty-Four Eyes”. Contudo, foi a rica tradição na produção de shoyu (molho de soja) que me atraiu até esta ilha, que abriga cerca de 30.000 habitantes e se destaca como um dos principais centros de produção de shoyu no Japão. Desde 1908, Shodoshima tem sido pioneira no cultivo de azeitonas no país, mas é a sua longa história na fabricação de shoyu, que remonta a mais de 400 anos, que define sua identidade cultural.

Keiko Kuroshima, um sommelier de shoyu residente na ilha, compartilha que a indústria de shoyu de Shodoshima floresceu devido ao seu clima ideal e proximidade com importantes centros comerciais. No entanto, o século XX testemunhou o declínio das cervejarias locais, com apenas 20 das 400 originais resistindo à competição das grandes corporações.

Entre as cervejarias remanescentes, a Yamaroku Shoyu se destaca. Sob a liderança de Yasuo Yamamoto, a cervejaria adota métodos tradicionais de produção, utilizando kioke (barris de madeira) para envelhecer o shoyu, uma prática quase esquecida na indústria moderna. Yamamoto não apenas preserva essa tradição, mas também organiza a Cimeira Kioke anual, promovendo um renascimento do interesse pelo artesanato de barris de madeira.

Minha chegada a Shodoshima foi marcada pelo aroma inconfundível de shoyu. Optei por caminhar até a Yamaroku, permitindo-me explorar o bairro cervejeiro da ilha, onde a história e a modernidade se entrelaçam. A região, conhecida como Hishio no Sato, abriga a maior coleção de edifícios pré-modernos de cervejarias shoyu do Japão, oferecendo uma janela para o passado.

A Yamaroku, com seus kioke imponentes, é um testemunho vivo da dedicação de Yamamoto à tradição. Ele e seu parceiro, Naoto Sakaguchi, tornaram-se mestres na arte de fabricar kioke, garantindo a continuidade dessa prática ancestral. A Cimeira Kioke é um evento vibrante que reúne entusiastas do shoyu para compartilhar conhecimentos, tecer aros de bambu e, claro, degustar shoyu envelhecido em barris de madeira.

Yamamoto vê seu papel não apenas como um produtor de shoyu, mas como um guardião de um legado, esforçando-se para passar seu conhecimento e paixão para as futuras gerações. Sua dedicação é um lembrete da importância de preservar as tradições que definem a cultura e o sabor únicos do shoyu japonês.

Shodoshima, com sua rica herança de shoyu, é um lembrete vibrante de que, embora possamos dar certas tradições como garantidas, elas desempenham um papel vital em nossa vida cotidiana e na cultura culinária global.

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