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Em novo relatório a ONU confirma urgência de ações para diminuir emissões de carbono

- 13 de outubro de 2018

O mundo precisa implantar “ações rápidas e sem precedentes” para limitar o aquecimento global a 1,5°, segundo um relatório publicado nesta segunda-feira (8) pelo GIEC (Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre a Evolução do Clima) da Organizações das Nações Unidas – ONU.

Um documento de 400 páginas mostra que a mudança no clima pode causar ondas de calor, espécies extintas, desestabilização das calotas polares e aumento do nível dos oceanos a longo prazo. Em uma sessão com o grupo da ONU, representante e pesquisadores de vários países, em Incheon, na Coreia do Sul, o Co presidente da ONU declarou que haveria perdas de alguns ecossistemas se a temperatura passasse de 1,5°.

O documento mostra que se as emissões de gases poluentes não diminuírem, a temperatura de 1,5° será atingida entre 2030 e 2052, dados baseados em mais de 6.000 estudos. Mesmo se os países respeitarem o compromisso assinado no acordo de Paris de 2015, no fim do século a temperatura média terrestre será de 3°. Segundo os especialistas da ONU, esse cenário apenas seria evitado se houver uma queda de 45° das emissões de gás carbônico antes de 2030 e atingir, em 2050, a neutralidade de carbono.

Isso significa que seria necessário emitir menos carbono na atmosfera do que o homem possa extrair. O carbono, o gás e o petróleo são responsáveis por três quartos das emissões. A sul-africana Debra Roberts que também participou do encontro, conta que os próximos anos serão determinantes na história.

“Se não agirmos agora, vamos ter que gerenciar crises de forma permanentes”, disse. “Existem ações sendo implantadas, mas é preciso acelerá-las. A verdadeira questão é: as pessoas estão prontas para agir, e haverá vontade política coletiva?”, ressalta a especialista em clima Valérie Masson-Delmotte.

“Buscamos entender se as condições necessárias para limitar o aumento das temperaturas estavam reunidas”, declarou Jim Skea, do Imperial College de Londres. “A resposta é sim, As leis da Física e Química permitem, assim como a tecnologia, a mudança dos modos de vida e os investimentos. Só não podemos responder se é possível fazer isso do ponto de vista político e institucional”, diz.

Kaisa Kosen, responsável da ONG Greenpeace questiona se esse cenário será mudado a tempo e declara que essa será a prioridade.

Fonte: BR

http://br.rfi.fr/mundo/20181008-novo-relatorio-da-onu-sobre-o-clima-confirma-urgencia-de-acoes-para-diminuir-emissoes