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Empresas japonesas valorizam a experiência sênior em meio à escassez de mão de obra

- 10 de julho de 2025
Nova pesquisa revela que empresas japonesas priorizam a retenção de funcionários mais velhos para combater a escassez de mão de obra, adaptando suas estratégias.

Nova pesquisa revela que empresas japonesas priorizam a retenção de funcionários mais velhos para combater a escassez de mão de obra, adaptando suas estratégias.

Uma nova pesquisa revela uma tendência significativa no mercado de trabalho japonês: empresas japonesas de todos os portes estão priorizando a retenção de funcionários de meia-idade e mais velhos em vez de incentivá-los à aposentadoria. Essa estratégia surge como uma resposta direta à crescente escassez de mão de obra que afeta diversos setores do país.

De acordo com o levantamento da Tokyo Shoko Research Ltd., que entrevistou cerca de 5.000 empresas, surpreendentes 64% delas afirmaram que colaboradores com 45 anos ou mais representam mais da metade de sua força de trabalho. Além disso, 22% das empresas participantes indicaram que esse grupo demográfico compõe pelo menos 80% de seus funcionários.

Apesar dessa mudança demográfica evidente, a pesquisa aponta que 99% das empresas entrevistadas não implementaram programas de aposentadoria voluntária ou antecipada, nem planejam fazê-lo. Isso sugere um foco claro na utilização e retenção desses trabalhadores experientes como uma solução para os desafios atuais do mercado.


O panorama do envelhecimento da força de trabalho japonesa

A pesquisa, realizada no início de junho, incluiu respostas de 291 grandes empresas e 4.748 pequenas e médias empresas. Os resultados mostram que 57% das grandes entidades e 65% das pequenas e médias empresas têm metade ou mais de seus funcionários com 45 anos ou mais.

Por setor, o de transportes se destaca com a maior concentração de empresas com força de trabalho mais velha (82%). Em seguida, aparecem o setor financeiro e de seguros (75%), imobiliário (71%) e construção (70%). Setores como agricultura, silvicultura, pesca e mineração também apresentaram resultados similares, com 70% ou mais das empresas relatando que a maioria de seus funcionários tinha 45 anos ou mais.

Kosuke Honma, líder da pesquisa da Tokyo Shoko Research, observa que “a tendência de envelhecimento é notável, especialmente entre pequenas e médias empresas”. Ele exemplifica com o setor imobiliário local, onde “é raro ver funcionários jovens”, e o setor de transportes, que “sofre com a escassez crônica de mão de obra”.


Respostas das empresas ao desafio da longevidade profissional

Ao serem questionadas sobre programas de aposentadoria voluntária ou antecipada em uma pesquisa mais ampla, apenas 2,8% das grandes empresas e 0,7% das pequenas e médias empresas indicaram ter implementado tais programas nos últimos três anos. Menos de 1% de cada grupo considerava a implementação no próximo ano.

Embora algumas grandes corporações, como Nissan Motor Corp. e Panasonic Holdings Corp., tenham anunciado planos de reestruturação com cortes de empregos, a pesquisa mostra que essa não é uma tendência generalizada entre as empresas japonesas. Honma comenta: “Houve preocupação entre trabalhadores de meia-idade ou mais velhos devido a notícias sobre demissões em empresas listadas, mas o número real dessas reestruturações foi menor do que o esperado.”

A pesquisa também abordou a aposentadoria compulsória para cargos gerenciais. 41% das grandes corporações já possuem esse sistema, em comparação com 18% das pequenas e médias empresas. Curiosamente, 7% das grandes empresas e 2% das pequenas e médias empresas aboliram tais sistemas, enquanto 5% das grandes empresas e 11% das pequenas e médias empresas consideram introduzir um. Essas estatísticas refletem uma indecisão sobre a abordagem mais eficaz.


O futuro da força de trabalho no Japão

A chamada “geração de contratação da era da bolha” no Japão (aqueles que ingressaram no mercado entre 1987 e 1992) está agora na faixa dos 56 aos 61 anos. Isso coincide com a crescente urgência de alavancar funcionários de meia-idade e mais velhos, especialmente com a Lei de Estabilização do Emprego de Idosos revisada, que incentiva as empresas a garantir emprego até os 70 anos.

“Um número crescente de empresas está revisando seus sistemas de recursos humanos e remuneração para permitir o emprego de longo prazo de funcionários mais velhos”, afirma Honma. Ele ainda destaca a crescente demanda no mercado de trabalho por profissionais mais velhos, o que indica uma mudança cultural e estratégica nas empresas japonesas.

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