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Entregadores robôs já podem ser vistos nas ruas de Tóquio

- 22 de agosto de 2023

Um robô bate à porta do cliente para entregar uma xícara de café recém-preparado que foi pedida minutos antes no aplicativo. Esta visão do futuro poderá se tornar realidade em breve, pois empresas no Japão começam a realizar experimentalmente entregas com veículos autônomos em vias públicas do país. Incidentalmente a exigência de manter distanciamento social com a propagação do coronavírus vem aumentando a necessidade de serviços de entrega robotizados.

Em setembro, a empresa Japan Post começou a testar um veículo não tripulado para entregas de correio em ruas de Tóquio. Capaz de transportar pacotes com peso de até 30 quilos, o protótipo desloca-se a 6 quilômetros por hora — ligeiramente mais rápido que a velocidade de uma caminhada normal. Dotado de câmeras e sensores, o veículo robótico aguarda no sinal vermelho e evita colisões com pedestres e carros. O objetivo dos atuais experimentos é determinar a possibilidade de sua operação com segurança por meio de um sistema de monitoramento remoto.

Também presente na corrida das entregas autônomas, o conglomerado de eletroeletrônicos japonês Panasonic tira proveito de seus vastos recursos tecnológicos para avançar no setor. Realiza testes com um veículo robótico nas ruas da cidade-modelo Fujisawa Sustainable Smart Town, situada nos arredores de Tóquio. O entregador é projetado para fazer paradas intermitentes, coletando e entregando mercadorias em várias lojas e moradias ao longo de um trajeto específico. Também é expectativa da Panasonic o emprego de big data para dar ao engenho a capacidade de atender a necessidades individuais dos clientes.

No mês passado, a gigante do comércio eletrônico Rakuten iniciou entregas robóticas em caráter experimental na cidade de Yokosuka, da província japonesa de Kanagawa. Por enfrentar dificuldades diante da proporção crescente de idosos na população local, o governo municipal está na expectativa de que os veículos da Rakuten ajudem moradores a superar problemas de locomoção em suas sinuosas ruelas e ladeiras.

O governo do Japão apoia inteiramente estes esforços. Autoridades discutem meios de abrandar a regulamentação sobre o emprego de entregadores robóticos. Hoje proíbe-se a sua circulação em vias públicas sem o acompanhamento próximo por um ser humano.

Segundo especialistas, entretanto, dois grandes desafios ainda precisam ser superados antes que tais entregadores se tornem uma visão comum nas ruas japonesas. O primeiro é a segurança no trânsito. Embora os veículos não tripulados estejam equipados com uma variedade de mecanismos de segurança, incluindo sensores de emergência que contatam centros de monitoramento remotos, reguladores se mostram extremamente cautelosos quanto à aprovação do seu uso.

O segundo desafio são os custos. No atual estágio de testes exige-se o monitoramento individual de cada entregador robótico por uma equipe humana. Os custos de um procedimento experimental tão compreensivo podem ser proibitivos.

Uma vez superados os obstáculos, companhias como Panasonic e Rakuten poderão contar com um mercado de entregas autônomas que terá nos próximos anos um crescimento exponencial na previsão de especialistas. Serviços semelhantes aos desenvolvidos pelas empresas japonesas vêm recebendo o sinal verde em partes da Europa e nos Estados Unidos. E, na China, entregadores robóticos já podem ser vistos nas ruas de Shenzhen.

O governo japonês espera ser capaz de intensificar a competição na área neste novo ano. Pretende realizar esforços na frente legislativa, seja por mudanças na legislação atual, seja por intermédio de uma nova lei, para atrair a participação de um maior número de empresas. Independentemente dos rumos da crise viral, 2021 promete ser o ano dos veículos autodirigíveis.

Portal Mundo-Nipo

Sucursal Japão – Tóquio

Jonathan Miyata

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