Policial japonês preso por vazar dados sigilosos para a rede criminosa Tokuryu, expondo falhas na segurança da informação da Polícia Metropolitana de Tóquio.
Um escândalo abala a Polícia Metropolitana de Tóquio. Um oficial sênior foi detido sob a grave acusação de vazar dados sigilosos de investigações para membros de uma organização criminosa descentralizada, conhecida como “Tokuryu”. O caso levanta sérias preocupações sobre a segurança da informação e a integridade das forças policiais no Japão.
O Caso Chocante do Inspetor Daisuke Jimbo
O inspetor assistente Daisuke Jimbo, de 43 anos, lotado na Divisão de Combate ao Crime Organizado, é o foco desta investigação. Ele foi preso após apurações internas revelarem que ele teria compartilhado imagens de câmeras de vigilância e outros materiais confidenciais com indivíduos ligados ao grupo “Tokuryu”. A notícia choca a comunidade e coloca em xeque a confiança nas autoridades.
Anteriormente, Jimbo liderou investigações sobre a “Natural”, uma das maiores organizações de escoteiros do Japão, que enfrenta acusações de recrutamento ilegal e tráfico de pessoas. Suspeita-se que ele tenha repassado informações cruciais a membros desta rede, o que sugere um padrão de conduta irregular.
A Revelação dos Vazamentos
O monitoramento interno de Jimbo teve início por volta de abril ou maio, quando surgiram os primeiros indícios de vazamento de informações. Takashi Yamashita, correspondente da Fuji TV no Departamento de Polícia Metropolitana, relatou que as suspeitas se intensificaram no início do ano. Membros do grupo “Natural” que deveriam ter sido presos em janeiro simplesmente desapareceram pouco antes da operação. A frustração entre os investigadores foi imensa, com a certeza de que havia um informante dentro da própria polícia.
Embora a ligação direta entre esse incidente e Jimbo ainda esteja sendo estabelecida, as evidências apontam para um cenário preocupante.
O Aplicativo Secreto e as Dicas de Fuga
Fontes policiais indicam que Jimbo teria utilizado um aplicativo especializado, amplamente empregado pelos membros do grupo “Natural”, para transmitir imagens de câmeras de vigilância. Embora não haja confirmação de que se trata do mesmo aplicativo, a Fuji TV, em sua edição de setembro do programa “Spotlight”, exibiu imagens de membros do “Natural” demonstrando o “Chat Alpha”. Este aplicativo de comunicação interna, disfarçado de aplicativo de notícias, é obrigatório nos smartphones de todos os membros e serve para compartilhar atualizações operacionais e táticas de fuga.
Um membro ativo entrevistado no programa revelou a funcionalidade do aplicativo: “Compartilhamos dicas de como evitar prisões e o que fazer em caso de detenção. É como receber instruções da gerência.” A investigação da Fuji TV também expôs avisos antecipados de batidas policiais, incluindo um que alertava sobre operações da polícia de Chiba em 4 ou 5 lojas nos dias 13 ou 14 de julho. A Polícia da Prefeitura de Chiba, de fato, realizou batidas nessas datas e prendeu várias pessoas, mas recusou-se a comentar sobre a origem do vazamento.
Impacto e Consequências na Polícia Japonesa
A prisão de um policial em serviço gerou grande comoção no Departamento de Polícia Metropolitana de Tóquio. No mês anterior, a instituição havia reorganizado sua estrutura, criando uma nova “Divisão de Investigações Especiais” dedicada justamente a combater as redes Tokuryu. Um oficial sênior descreveu o ato como uma “verdadeira traição”, que “decepcionou profundamente todos os investigadores”.
O repórter Yamashita enfatizou a gravidade do caso: “Este incidente demonstra como as próprias pessoas encarregadas de desmantelar a Tokuryu estavam sendo manipuladas por ela. Ele ressalta a necessidade urgente de maior rigor na segurança da informação dentro da força policial.” Ações como essas minam a credibilidade das instituições e colocam em risco a segurança pública.


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